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Newsletter diária • 13 abr 2023

 
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Fuga de documentos do Pentágono. O que aconteceu?

 
 

Edição por Alexandra Antunes

A semana passada, foram divulgados documentos classificados norte-americanos, em particular associados à Ucrânia, que incluem avaliações e relatórios das agências de informações norte-americanas relacionados com a guerra, mas também com os aliados dos EUA.

Foram divulgados em várias redes e plataformas sociais, incluindo Twitter, 4Chan e Discord.

Os documentos podem mostrar-se valiosos para Moscovo, ao permitirem saber até que ponto os serviços secretos norte-americanos penetraram em partes do aparelho militar russo, de acordo com meios de comunicação social.

E são verídicos?

O Pentágono referiu que está a trabalhar para "avaliar a validade dos documentos fotografados que circulam nas redes sociais", mas reconheceu que estes "parecem conter informações confidenciais e altamente classificadas".

Pelo menos um dos documentos parece ter sido alterado para sugerir que a Ucrânia sofreu perdas maiores do que a Rússia, quando o alegado original dizia o contrário.

Mas, de acordo com os órgãos de comunicação social, as autoridades norte-americanas consideram muitos dos documentos genuínos.

Quem esteve envolvido na fuga de informação?

Segundo o Washington Post, um jovem terá compartilhado os documentos com um grupo de conhecidos na plataforma Discord. Entusiasta de armas e a trabalhar numa base militar, tentava apenas impressionar alguns amigos num grupo de conversa.

Os documentos têm alguma relação com Portugal? 

Apenas no que a António Guterres diz respeito. De acordo com os documentos, os EUA acreditam que o secretário-geral da ONU está "demasiado disposto a acomodar os interesses russos".

Esta análise do Pentágono, de onde saiu a fuga de informação, baseia-se unicamente no acordo de exportação de cereais, mediado pela ONU e pela Turquia em julho do ano passado, face aos receios de uma crise alimentar global.

Vários ficheiros descrevem comunicações privadas entre Guterres e a sua adjunta, Amina Mohammed, onde o português alegadamente estaria interessado em preservar o acordo apesar de envolver indivíduos sancionados, desde que a Ucrânia pudesse transportar os seus cereais para o mundo. As suas ações, em fevereiro do ano passado, de acordo com o Pentágono, estavam a "minar esforços mais amplos para responsabilizar Moscovo pelas suas ações na Ucrânia".

A ONU já reagiu a estas notícias e revelou a sua irritação para com as mesmas, de acordo com a BBC. Um alto funcionário disse mesmo que a organização é "impulsionada pela necessidade de mitigar o impacto da guerra sobre os mais pobres do mundo".