Se não conseguir ver esta newsletter clique aqui.

 
Image

Newsletter diária • 11 mar 2024

 
Facebook
 
Twitter
 
Instagram
 
 
 

Foram assim as eleições

 
 

Edição por Alexandra Antunes

Depois de uma noite eleitoral em que os nervos estiram à flor da pele, este é o resumo de tudo o que aconteceu:

  • A Aliança Democrática, que junta o PSD, CDS-PP e PPM, não foi além de uma vitória tangencial, com 29,5% e 79 deputados, mais dois do que o PS, mas quando ainda falta atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração.
  • Apesar da vitória, a coligação liderada por Luís Montenegro teve um dos piores resultados da história das coligações do PSD com o CDS. Pior só na eleição anterior, em que o PSD era liderado por Rui Rio e obteve 29,1% e 77 deputados e o CDS de Francisco Rodrigues dos Santos não foi além de 1,6%, ficando sem representação parlamentar.
  • O PS foi o grande derrotado da noite, não só porque perdeu as eleições e a maioria absoluta em 2022, como registou um dos piores resultados da sua história. Só em 1987 e 1991, com as maiorias absolutas de Cavaco Silva, e em 2011, quando o PS de José Sócrates já preparava a entrada da 'troika' para garantir a ajuda externa obrigatória para superar a crise financeira, os socialistas tiveram resultados inferiores.
  • O partido da extrema-direita, Chega, ultrapassou as previsões mais otimistas, conquistando mais de um milhão de votos e 18,06%, quadruplicando o seu grupo parlamentar, que passa de 12 para 48 dos 230 deputados da Assembleia da República.
  • À esquerda, o Livre foi outro dos vencedores da noite eleitoral, passando de um para quatro deputados, com 3,2% e quase 200 mil votos.
  • Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, e Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, repetiram os resultados de 2022, com oito e cinco mandatos, respetivamente. E Paulo Raimundo, que liderou a coligação do PCP com o PEV, perdeu dois deputados, ficando agora com quatro representantes no parlamento.
  • Numa eleição bastante participada, com uma abstenção em descida acentuada para 33,7%, os repetentes André Ventura (Chega) e Rui Tavares (Livre) foram os grandes vencedores, conseguindo quadruplicar a sua representação no parlamento. Inês Sousa Real, do Pessoas-Animais-Natureza, conservou-se a si própria como deputada única do partido no parlamento.
  • Ainda a marcar o ato eleitoral ficou a percentagem conquistada pelo partido ADN (Alternativa Democrática Nacional), que com com 1,6% e mais de 100 mil votos ficou muito perto de alcançar um deputado no parlamento, levando alguns dirigentes políticos a sugerir que este resultado surpreeendente se deveu confusão de muitos eleitores da sua sigla com a da AD.
  • O resultado eleitoral saído das eleições de domingo pouco ou nada contribui para a governabilidade em Portugal. Seria, aliás, difícil imaginar um 'puzzle' mais difícil para dar estabilidade, apesar de os dois maiores partidos continuarem com mais de dois terços dos lugares no parlamento. A esquerda é minoritária e à direita qualquer maioria terá de se formar sempre com o contributo da extrema-direita.

*Com Lusa

 
 
Patrícia Reis
 
 

Não vale a pena chorar, até porque o leite derramado talvez estivesse demasiado azedo para consumo. As eleições de domingo mostraram que a mudança é inevitável e que temos um país dividido (pouco esclarecido, na opinião de alguns), mas a democracia é isto: fomos a votos, a abstenção mantém-se elevada e o povo disse ao que vinha. Ou mais ou menos. Continuar a ler

 
 
 

Além das eleições

 
 
 
 
Marco Neves
 
 
 
 

Os nomes das refeições, a norte do Minho, são muito familiares — e bem capazes de baralhar um português. Continuar a ler