Se não conseguir ver esta newsletter clique aqui.

 
Image

Newsletter diária • 22 jan 2024

 
Facebook
 
Twitter
 
Instagram
 
 
 

Crónica das Guerras

 
 

Por Ana Maria Pimentel

No mundo da Ciência Política e Relações Internacionais, na última década, há uma discussão entre dois politólogos - com os devidos seguidores - que tem marcado a agenda teórica. De um lado, Steven Pinker que acredita que todas as formas de violência, incluindo a guerra, estão em declínio. Uma tese que apresenta no livro Os anjos bons da nossa natureza. Do outro lado, Braumoeller no livro Only the Dead (sem tradução em português), discorda e defende a probabilidade haver uma guerra nos nossos tempos que ultrapasse a letalidade das duas guerras mundiais.

Se na origem do  desentendimento dos dois americanos está a interpretação dos dados, olhando para o mundo é difícil ser-se optismista. É, claro, que como defende Pinker já não há uma violência generalizada no mundo ocidental e que, na maioria dos países, se vive o período de tréguas mais longo da história do planeta. Mas, não é por isso que não deixa de haver conflitos de uma violência impressionante em pleno ano de 2024.

No que concerne a um dos mais recentes, mas também dos mais antigos, os ministros dos Negócios Estrangeiros palestiniano e israelita são recebidos hoje em Bruxelas pelos homólogos europeus, no dia em que os 27 devem adotar sanções contra o movimento islamita Hamas e discutir missão no Mar Vermelho. No mesmo dia em que o chefe da diplomacia europeia disse que a situação humanitária na Faixa de Gaza “não podia ser pior”, rejeitando paz imposta por Israel “apenas por meios militares” e que deve antes assentar numa solução de dois Estados. Também o ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita afirmou que Riade rejeita normalizar as relações com Israel e que não vai contribuir para a reconstrução de Gaza sem uma via credível para um Estado palestiniano.

O exército israelita disse hoje que eliminou, nas últimas horas, várias "células terroristas" do Hamas no norte e centro da Faixa de Gaza, quando está a intensificar a sua ofensiva militar em torno de Khan Yunis. E perante a diplomacia internacional, e os ataques do seu país a Gaza, os familiares dos mais de 100 prisioneiros em Gaza às mãos do Hamas acamparam ontem à noite em frente à residência do primeiro-ministro israelita, depois de este ter rejeitado um cessar-fogo em troca da libertação de todos os reféns. E, em Lisboa, manifestantes pró-Palestina interromperam concerto de quarteto israelita-russo em Lisboa. O incidente decorreu na noite de domingo durante a atuação do Quarteto Jerusalém na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Os responsáveis foram removidos da sala.

Noutra latitude, mais próxima de Portugal, continua a guerra há quase dois anos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continua a resistir e sublinhou que não assinará qualquer acordo que implique a entrega da Crimeia e do Donbass à Rússia, ao mesmo tempo que censurou o homólogo russo, Vladimir Putin, por não querer verdadeiramente a paz. No mesmo dia em que pelo menos 27 pessoas morreram e 25 ficaram feridas num ataque a um mercado de Donetsk atribuído a forças ucranianas, segundo um novo balanço divulgado pelas autoridades desta região anexada pela Rússia. O exército ucraniano já negou hoje a responsabilidade pelo ataque.

Mas se estas são as guerras mais faladas, é impossível não esquecer a situação periclitante de Tawain, o sofrimento do povo Uyghur nas mãos da China. A agitação da faixa central de África, nesse continente o golpe militar do Níger e, claro, a eterna guerra civil do Sudão. A violência que marcou o Perú em 2023, e agora a que impera no Equador.

Se janeiro é altura de resoluções e desejos, apenas podemos pedir a utopia de um mundo melhor.

*Com Lusa

 
 
 
 

 
 

O sonho de uma produção sem poluição e limpa de sintéticos esbarrou com as contas daqueles que deveriam ser os seus mais ardentes defensores: os produtores agrícolas. Continuar a ler

 
 
 
 
 
 

 
 

Neste episódio do podcast Acho Que Vais Gostar Disto, o foco está virado para a estreia na HBO Max da quarta temporada da série de antologia True Detective. Rebatizada oficialmente como "True Detective: Night Country", tem em Jodie Foster e Kali Reis as protagonistas e dá "vibes" da qualidade vista na temporada original.

 
 
 
 

 
 

Sei que o título nos recorda a canção de Tony Carreira, mas continuam a ecoar as palavras de André Villas-Boas, após a apresentação da sua candidatura na Alfândega no Porto. Continuar a ler