Cavaco e a "armadilha" socialista
por Inês F. Alves
Quando Cavaco fala tende a ser notícia — sobretudo quando o país se encontra em plena crise política e a campanha, ainda que não oficial, já esteja em curso. Depois de publicar, em setembro, um livro sobre "a arte de governar" e de aparecer de surpresa no congresso do PSD, Cavaco Silva volta à carga.
O alvo não é novo e, desta vez, as baterias foram apontadas à "armadilha" socialista das "contas certas". Num artigo de opinião Publicado no jornal Público, Cavaco diz que "as 'contas certas' foram a armadilha que o governo socialista montou para, com sucesso, desviar a atenção dos órgãos de comunicação social e dos analistas e cronistas políticos dos graves problemas do país, que são da sua inteira responsabilidade, e condicionar a atitude dos agentes do espaço político em relação ao debate do Orçamento".
O texto é longo e tem como objeto de análise o Orçamento do Estado para 2024, já aprovado em votação final global na Assembleia da República. Cavaco acusa o governo socialista de "iludir os portugueses" e lista as "consequências negativas" da política seguida, nomeadamente, "o desperdício dos dinheiros públicos, evidenciado pelo crescimento acentuado da despesa pública", "a degradação do serviço nacional de saúde", "a crise na habitação", "a crise na escola pública", "o sistema fiscal caótico", "os baixos salários" e o "empobrecimento relativo do país".
Cavaco, que disse no congresso do PSD ter "antecipado a situação a que o país ia chegar", espera agora que "o Governo saído das eleições antecipadas coloque o saldo orçamental no seu devido lugar, adote uma atitude de transparência e rigor na gestão dos dinheiros públicos e perceba que o processo legislativo orçamental vigente é, ele próprio, fonte de desperdício e bastante prejudicial à eficácia da política orçamental na prossecução dos seus verdadeiros objetivos e proceda à sua reforma".
Atualidade
Explorar crimes antigos ou recentes à luz da antropologia forense pode trazer à tona detalhes sobre a morte das vítimas, mas, mais do que isso, pode devolver a um corpo uma identidade. Eugénia Cunha, directora do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses, conta-nos as histórias gravadas nos nossos ossos.
Vida
Em modo de celebração dos 50 anos do 25 de abril, a estrutura artística Cassandra apresenta a peça de teatro 'Guião para um país possível', que se baseia nos registos das transcrições dos debates da Assembleia da República desde 1975. A peça vai estar em digressão de norte a sul do país até ao final do próximo ano.
Às vezes, pomo-nos a conversar e vamos desde o início do universo até à língua dos Inuit — o problema é quando a criança tira da cartola uma pergunta bem mais difícil de responder do que “Qual é o sentido do mundo?”. Continuar a ler
Atualidade
De que forma um alimento pode mudar os hábitos de toda uma civilização? O bacalhau conseguiu essa proeza. "Bacalhau. Uma história global" é a primeira história culinária de um peixe verdadeiramente notável. Elisabeth Townsend navega pelo mundo em busca do bacalhau, revelando de que forma a sua pesca começou no tempo dos viquingues e dando a conhecer o modo como a sua influência mudou hábitos e costumes de populações inteiras desde essa altura. O livro demonstra as diferentes formas como o bacalhau foi pescado, cozinhado e comido por populações que descendem de guerreiros, exploradores, escravos e comerciantes. São também identificados os mitos e as lendas dos mares do Norte, das Índias Ocidentais, da América do Sul, do Oeste e do Sudeste de África, através do Oceano Índico até ao Extremo Oriente. Uma viagem por entre lendas e factos relacionados com o bacalhau, polvilhada com relatos históricos e que termina com uma selecção de receitas contemporâneas que demonstra a variedade de formas como este peixe universal é consumido no mundo inteiro.