Em junho, de acordo com os dados definitivos também hoje publicados, a taxa de desemprego situou-se em 6,8%, um valor inferior em 0,2 pontos percentuais ao do mês anterior e inferior em 0,7 pontos relativamente a um ano antes.

A taxa de subutilização de trabalho em junho – indicador que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis e os inativos disponíveis, mas que não procuram emprego - situou-se em 12,8%, o mesmo valor do mês precedente e 2,9 pontos percentuais face a junho de 2020.

Já a população desempregada situou-se em 352,6 mil pessoas, tendo diminuído 2,5% (nove mil) em relação a maio de 2021 e 5,3% (19,8 mil) em relação a junho de 2020.

Comparando com maio de 2021, a taxa de desemprego de jovens (25,4%) diminuiu 0,2 pontos percentuais e a taxa de desemprego de adultos (5,5%) desceu 0,2 pontos percentuais.

Quanto aos valores provisórios avançados pelo INE para julho, a população desempregada, estimada em 341,0 mil pessoas, diminuiu 3,3% (11,6 mil) em relação ao mês anterior e 15,7% (63,7 mil) por comparação com o período homólogo de 2020.

Em relação a junho, a taxa de desemprego dos jovens (23,5%) diminuiu 1,9 pontos percentuais, enquanto a taxa de desemprego dos adultos (5,4%) diminuiu 0,1 pontos percentuais.

Em junho de 2021, a população inativa foi estimada em 2.522,0 mil pessoas, tendo diminuído relativamente ao mês anterior (0,7%) e ao mês homólogo (6,9%).

Evolução idêntica foi observada na taxa de inatividade, que se situou em 32,8%, valor inferior em 0,3 pontos percentuais a maio de 2021 e em 2,5 pontos percentuais a junho de 2020.

Em julho de 2021, a população inativa (2.495,7 mil pessoas) diminuiu em relação ao mês anterior (1,0%) e ao período homólogo (6,0%).

Também a taxa de inatividade, situada em 32,5%, diminuiu 0,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior e 2,1 pontos percentuais em relação a um ano antes.

Recuo da taxa de desemprego para 6,6% resulta da “capacidade coletiva”, diz ministra

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse hoje que o recuo da taxa de desemprego para 6,6% em julho resulta “da grande capacidade coletiva” em encontrar respostas para manter o emprego.

Ana Mendes Godinho afirmou que os dados do INE hoje revelados colocam o país próximo da taxa de desemprego que existia em julho de 2019, antes da pandemia, com 6,5%.

A ministra falava aos jornalistas, na Guarda, à margem da sessão pública de assinatura do contrato de financiamento da Nova Geração de Equipamentos e Respostas Sociais, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, entre o Instituto da Segurança Social e a Estrutura de Missão Recuperar Portugal, que disponibiliza 417 milhões de euros.

“Isto resulta, claramente, da grande capacidade coletiva que tem havido de, em conjunto, encontramos respostas para ultrapassar este ‘túnel’ de uma forma coletiva (…) de manter emprego”, justificou.

A governante lembrou que foram lançadas “várias medidas de apoio ao emprego”, seja o ‘lay-off’ simplificado, seja o incentivo à manutenção dos postos de trabalho por parte do IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, uma medida que de momento abrange “cerca de 33 mil empresas”.

Também contribuiu, disse, o esforço permanente na “mobilização de recursos públicos sem precedentes, apoiado muito na manutenção dos postos de trabalho e assumindo o emprego como “a grande prioridade permanentemente”.

No entanto, destacou o “esforço coletivo” assumido por empresas, trabalhadores e Estado.

“[A descida da taxa do desemprego] resulta, essencialmente, deste trabalho e desta mobilização coletiva em torno de ultrapassar este ‘túnel’ de uma forma conjunta”, rematou.

Ana Mendes Godinho referiu, ainda, que o Governo conseguiu ultrapassar a fase da pandemia “sem que disparasse o desemprego como aconteceu em crises anteriores, em que a austeridade era a única receita”.

Emprego aumenta no 2.º trimestre impulsionado pelo desconfinamento

O emprego total (medido em número de indivíduos) aumentou 4,3% em termos homólogos no segundo trimestre deste ano, após cair 1,2% no trimestre anterior, impulsionado pela reabertura gradual da economia, informou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“No segundo trimestre de 2021, em que se verificou um plano de reabertura gradual da economia, observou-se um aumento de 4,3% do emprego total (medido em número de indivíduos), após um decréscimo de 1,2% no trimestre anterior, período em que esteve em vigor um novo confinamento geral com implicações no normal funcionamento de algumas atividades económicas”, refere o INE.

Numa análise ao “Impacto da pandemia na evolução da produtividade do trabalho”, publicada hoje no âmbito das Contas Nacionais Trimestrais do segundo trimestre, o instituto nota que “a evolução do emprego em termos homólogos é influenciada por um efeito de base, tendo-se verificado uma contração significativa do emprego (-3,4%) no segundo trimestre de 2020, em consequência do impacto da pandemia”.

Considerando o emprego medido em termos de horas trabalhadas, verificou-se uma taxa de variação de 29,5% (-5,7% no primeiro trimestre e -23,8% no segundo trimestre de 2020).

Em comparação com o primeiro trimestre do ano, o emprego total (medido em número de indivíduos) aumentou 1,9% no segundo trimestre, após uma taxa de variação em cadeia de -0,8% no primeiro trimestre, enquanto as horas trabalhadas aumentaram 7,6% (-5,5% no trimestre anterior).

Segundo o INE, no segundo trimestre, a produtividade medida pelo rácio entre o Produto Interno Bruto (PIB) em volume e o número de pessoas empregadas aumentou 10,7% em termos homólogos (contração de 4,2% no primeiro trimestre e de 13,4% no segundo trimestre de 2020) e registou uma taxa de variação em cadeia de +3,0% (-2,4% no primeiro trimestre).

Por sua vez, a produtividade medida com base no número de horas trabalhadas diminuiu 10,8% em termos homólogos no segundo trimestre (+0,4% no primeiro trimestre e +9,7% no segundo trimestre de 2020) e registou uma redução em cadeia de 2,5% (+2,5% no primeiro trimestre).