Escreve o Público esta quinta-feira que, para a sobrevivência da TAP, está prevista uma "garantia pública que facilite a empresa a conseguir um empréstimo estimado em 970 milhões de euros". Todavia, segundo o jornal, se as taxas de juro cobradas forem demasiado altas, o governo pode vir a fazer um empréstimo direto ou a injetar capital na companhia aérea.

Após cinco anos de gestão privada, em 2020 a TAP voltou ao controlo do Estado, que passou a deter 72,5% do seu capital, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de covid-19.

As restrições à operação das companhias aéreas, para conter a propagação do novo coronavírus, agravaram a situação financeira da TAP, levando a Comissão Europeia a autorizar, em 10 de junho do ano passado, um auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à transportadora aérea de bandeira portuguesa, pelo que Portugal teve seis meses para apresentar um plano de reestruturação que comprovasse a Bruxelas a viabilidade da companhia a longo prazo. O plano foi entregue à Comissão Europeia no último dia do prazo, 10 de dezembro, e previa o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.

Este valor, já aplicado na TAP, vai ser convertido, totalmente ou em parte, em capital social da companhia aérea, pelo que a participação do Estado sobe para muito perto dos 100%.

Ainda sobre as mudanças na TAP, a companhia informou que os trabalhadores podem, a partir desta quinta-feira e até 14 de março, aderir a medidas voluntárias, que incluem rescisões por mútuo acordo, de acordo com uma mensagem enviada aos colaboradores.

A transportadora indicou que estão em causa "rescisões por mútuo acordo, reformas antecipadas, pré-reformas, trabalho a tempo parcial e licenças sem vencimento".

As condições de acesso e elegibilidade às medidas "estarão disponíveis no portal do colaborador na intranet, e cada colaborador, na sua área pessoal, terá acesso apenas às medidas para as quais é elegível", foi referido.