No final da reunião do grupo parlamentar do PSD, Rui Rio foi questionado sobre as previsões económicas de outono da Comissão Europeia, que melhorou em três décimas a previsão de crescimento económico de Portugal para 2% este ano, uma décima acima do esperado pelo Governo, e manteve a anterior previsão de 1,7% em 2020.

“O que a Comissão Europeia vem dizer são trocos, é um crescimento de 0,1%”, afirmou, admitindo, contudo, que é melhor que a revisão seja feita em alta do que em baixa.

Para o líder do PSD, o mais relevante são “as perspetivas futuras e aí há uma prudência muito grande por parte da Comissão Europeia”.

“Vamos ter dentro em breve o Orçamento do Estado, em que vamos ver o quadro macroeconómico que o Governo apresenta e ver se está em sintonia ou dessintonia com o que foi apresentado na campanha eleitoral, talvez esteja mais prudente”, anteviu.

Questionado se um crescimento económico mais alto dificulta a tarefa de fazer oposição, Rio considerou que “isso é evidente” como princípio geral.

“Mas mesmo quando a economia cresce menos, se um governo for equilibrado e sensato tem formas de explicar o que está a fazer, e quando cresce muito também pode estar a fazer muitos erros, como foi caso na legislatura anterior”, disse.

Nas previsões económicas de outono divulgadas hoje em Bruxelas, o executivo comunitário estima que o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal cresça 2% este ano, acima da anterior estimativa de 1,7% divulgada em julho e uma décima acima da previsão do Governo.

A Comissão adianta, contudo, que "o ritmo de moderação previsto no verão ainda parece provável, apesar de partir agora de uma base mais alta".

Para 2020, a Comissão Europeia manteve em 1,7% a previsão para o crescimento da economia portuguesa, abaixo do antecipado pelo executivo português.

No Projeto de Plano Orçamental enviado para Bruxelas em 15 de outubro, o Governo estimou que a economia portuguesa desacelere de um crescimento de 2,4% em 2018, para um crescimento de 1,9% em 2019 e volte a acelerar para um crescimento de 2% no próximo ano.