De acordo com equipa do FMI - que está em Lisboa no âmbito da sétima avaliação pós-programa –, “a antecipação dos reembolsos ao FMI reflete as condições de acesso aos mercados favoráveis de Portugal e enviam um sinal positivo aos investidores e aos mercados”.

Segundo a instituição liderada por Christine Lagarde, estas operações são “financeiramente vantajosas”, porque Portugal consegue melhorar o perfil de maturidade da dívida pública e gerar poupanças na fatura com juros.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal vai pagar até ao final do ano a totalidade da sua dívida ao FMI, num discurso em que salientou a importância de se reduzirem encargos para futuro.

Assim, refere o FMI, combinada com uma forte política de manutenção de reservas, tal contribuirá ainda mais para a criação de “defesas financeiras” contra eventuais adversidades no futuro.

“Assim que o pagamento anunciado tiver lugar, Portugal sairá do Pós-Programa de Monitorização”, sinaliza.

Na declaração, o FMI destaca ainda que a atividade económica em Portugal permanece “robusta”, ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha moderado face ao pico de 2017, a ficar nos 2,1% no terceiro trimestre em termos homólogos, sugerindo uma desaceleração face ao primeiro e segundo trimestres.

“Esta desaceleração reflete essencialmente a quebra verificada nas exportações e no investimento”, refere a instituição, salientando que o mercado laboral tenha continuado a melhorar.

De acordo com as projeções do Fundo, a economia portuguesa deverá crescer 2,2% em 2018 e depois abrandar para os 1,8% em 2019, com o investimento e as exportações a manterem-se como principais motores do crescimento, embora a um ritmo mais lento.

Os principais riscos à economia portuguesa relacionam-se com o contexto externo, com o FMI a avisar que Portugal poderá vir a sentir as consequências de um abrandamento do crescimento da zona euro, de uma eventual turbulência no pós-Brexit, bem como de um abrandamento da atividade comercial seguida de medidas de protecionismo.

Ao nível interno, Portugal corre o risco do Governo ter que adotar medidas que prejudiquem a confiança dos investidores e o ambiente de negócios, que poderão resultar num aumento da rigidez orçamental e numa redução na qualidade dos gastos do governo.

Em contraste, um ambiente macroeconómico favorável beneficiará a resiliência de Portugal à volatilidade dos mercados e à eventualidade de outros choques.

Sobre o défice, o FMI considera que o objetivo do défice orçamental deverá ser alcançado em 2018 e a dívida pública deverá cair novamente este ano.

Para 2019, enquanto o Governo aponta um défice nominal de 0,2% do PIB, a equipa do FMI estima um défice de 0,4% do PIB, refletindo uma moderação do crescimento económico (1,8% em vez dos 2,2% estimados pelo Governo).

“Esta previsão assume que as medidas evoluem em linha com o orçamento de 2019, incluindo nas áreas tais como o descongelamento das progressões nas carreiras”, refere.

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