Fernando Medina falava hoje no congresso anual da Ordem dos Economistas, intitulado “Portugal e os desafios do presente: o papel dos economistas e gestores”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O governante apontou as condicionantes externas que pesaram no desenvolvimento da proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que classificou como fatores que não se controlam e que “muito influenciarão o ano de 2024 e o campo das escolhas políticas” onde o Governo terá de se orientar.

Entres estes destacou “a elevada incerteza geopolítica, adensada nas últimas semanas pelo conflito do Médio Oriente”.

“A única certeza ao dia de hoje é que não sabemos se o caminho será de contenção do conflito ou, pelo contrário, o seu alastramento à região”, sublinhou, destacando como consequência “mais direta” tornar “absolutamente inútil” todo o enquadramento económico que traçou.

Entre os outros fatores externos destacou um abrandamento na economia europeia, incluindo de alguns dos parceiros comerciais de Portugal, a queda de inflação poder ser pressionada pelos desenvolvimentos geopolíticos e as taxas de juro elevadas.

Contudo, considerou que é preciso associar à envolvente externa aquelas que são as resistências e resiliências da economia.

Entre estas apontou a estabilidade política e social, em 2024 o país se aproximar da velocidade de cruzeiro associada à execução de Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a “força” do mercado de trabalho, do setor exportador e a crescente credibilidade financeira do país.

A proposta do OE2024 será discutida e votada na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro, estando a votação final global agendada para 29 de novembro.