Os 49 países da região têm uma média de 32 pontos em 100, por comparação com os 66 pontos da Europa Ocidental e União Europeia, a região mais bem classificada.

As Seicheles, com 66 pontos, são o país da região mais bem posicionado na lista, ocupando a posição 27 em 180 países, seguido do Botswana (34.º e 61 pontos), Cabo Verde (41.º e 58 pontos), Ruanda (51.º e 53 pontos) e ilhas Maurícias (56.º e 52 pontos).

No final da tabela, estão a Somália (180.º e 9 pontos), Sudão do Sul (179.º e 12 pontos), Sudão e Guiné Equatorial, ambos na 173.º e 16 pontos.

A avaliação de 2019 aponta a Costa do Marfim (15 pontos e 106.º) e o Senegal (45 pontos e 66.º) como os países que mais progressos fizeram desde 2012, mas assinala que ainda há "muito trabalho" a fazer.

"A vontade política demonstrada pelos líderes de ambos os países, que promoveram uma série de reformas políticas e institucionais nos primeiros anos, desacelerou desde 2016", aponta a Transparência Internacional.

Os dados revelam ainda que, desde 2012, vários países, incluindo o Congo, Libéria, Madagáscar e Maláui "pioraram significativamente" a sua classificação no índice.

No Congo, há relatos repetidos sobre alegados esquemas de lavagem de dinheiro e desvio de fundos públicos por parte da elite política do país, sem atuação das autoridades nacionais, exemplifica a TI.

Em Madagáscar, apesar de uma decisão do Tribunal Constitucional que, em 2018, classificou como inconstitucionais as alterações legislativas que favorecem o atual chefe de Estado, a independência da justiça continua a preocupar.

A Transparência Internacional considera que, em vários países, o dinheiro é usado para ganhar eleições, consolidar o poder e favorecer interesses pessoais.

"Apesar de a Convenção da União Africana (UA) sobre Prevenção e Combate à Corrupção ter disposições para prevenir a corrupção e promover a transparência no financiamento de campanhas eleitorais, a sua implementação é fraca" conclui a avaliação.

O Índice de Perceção da Corrupção, da Transparência Internacional, foi criado em 1995 e é um dos principais indicadores à escala mundial sobre a perceção da corrupção no setor público de 180 países, pontuando-os de 0 (percecionado como muito corrupto) a 100 (percecionado como muito transparente).

Dinamarca e Nova Zelândia partilham o topo da tabela de 2019, com 87 pontos, seguidas da Finlândia, com 86, e de Singapura, Suécia e Suíça, com 85.

O ranking deste ano relaciona o impacto da corrupção sobre a integridade política e os resultados demonstram que os países melhor classificados são os que têm políticas de transparência proativas, designadamente no que se refere ao financiamento político, à regulação do lóbi e de conflitos de interesses, e a mecanismos eficientes de consulta pública.

Os países em que os regulamentos de financiamento de campanhas são abrangentes e aplicados sistematicamente têm uma pontuação média de 70 no índice, enquanto os países em que esses regulamentos não existem ou são mal aplicados têm uma média de apenas 34 e 35, respetivamente.

Por regiões, a Europa Ocidental e a União Europeia alcançam a média mais alta com 66 pontos, e a África Subsaariana, com 32 pontos de média, é a região mais mal classificada, seguida da Europa de Leste e Ásia Central, com 35 pontos de média.