O maior promotor da China entre 2017 e 2022 convocou uma reunião do Conselho de Administração na passada quinta-feira e esperava-se que apresentasse a sua declaração de rendimentos anual, com os analistas a preverem que apresentaria um prejuízo equivalente a cerca de 6,21 mil milhões de dólares (5,78 mil milhões de euros).

A empresa explicou que as contas atuais “ainda não foram acordadas” com o seu auditor PriceWaterhouseCoopers (PwC).

As regras da Bolsa de Valores de Hong Kong fixam o dia 31 de março como data limite para a apresentação dos resultados anuais e dão ao operador o poder de pedir a suspensão da cotação das empresas que não os divulguem atempadamente, embora a Country Garden tenha dito que o congelamento da negociação das suas ações “não teria um impacto material nas suas operações”.

Desde 2008, quando a empresa foi cotada pela primeira vez na Bolsa de Valores de Hong Kong, o preço das ações da Country Garden atingiu um pico de 2,35 dólares por ação em janeiro de 2018, enquanto o seu preço atual caiu para 0,06 dólares por ação.

No final de fevereiro, um credor da Country Garden apresentou um pedido de liquidação à justiça de Hong Kong, dando início a um processo cuja primeira audiência está marcada para 17 de maio, embora o promotor tenha garantido que o montante devido ao requerente (cerca de 204 milhões de dólares) é “uma proporção muito pequena” do seu passivo ‘offshore’ e não afetará as suas operações ou negociações de reestruturação.

Um mês antes, o tribunal de Hong Kong tinha ordenado a liquidação de outro dos grandes nomes da crise imobiliária chinesa, a Evergrande, a favor dos seus credores estrangeiros, uma decisão que abriu um longo e incerto processo para saber se será reconhecida na China continental, onde se encontra a maior parte dos seus ativos.

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares.