O índice, calculado com base em inquéritos às empresas, subiu para 47,9 pontos em janeiro, contra 47,6 em dezembro, o nível mais elevado dos últimos seis meses. Um valor acima de 50 indica crescimento da atividade, enquanto um valor abaixo de 50 indica contração.

Enquanto o declínio da atividade no setor dos serviços acelerou ligeiramente em janeiro, o do setor da indústria transformadora abrandou acentuadamente.

“O início do ano trouxe boas notícias para a zona euro, com a contração no setor da indústria transformadora observada ao longo do ano passado a mostrar sinais de abrandamento em janeiro”, observa Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank (HCOB), citado num comunicado da S&P Global.

O economista constata uma melhoria da produção, do emprego e das novas encomendas neste setor, graças às exportações que beneficiaram de uma procura “firme” nos mercados externos em comparação com o final de 2023.

Os ataques dos rebeldes Huthi a navios comerciais no mar Vermelho estão a ter “um impacto percetível nas cadeias de abastecimento” e fazem com que os fornecedores prolonguem os prazos de entrega, aponta o especialista.

Mas “as empresas não parecem ter sido apanhadas desprevenidas, como aconteceu no passado”, tendo aprendido as lições de perturbações anteriores, como a pandemia da covid, diversificando os seus fornecedores, sublinha Rubia.

Na opinião de Rubia, “comprar fatores de produção de diferentes regiões e de diferentes fornecedores permite-lhes mitigar potenciais dificuldades”.

Embora a melhoria das condições económicas seja notória em toda a zona euro, os dados por país sublinham as dificuldades persistentes enfrentadas pela França e pela Alemanha, as duas maiores economias do continente, que continuam a registar fortes contrações.

De acordo com os últimos dados do PMI, foi em França que a recessão económica foi mais acentuada em janeiro. “A indústria transformadora francesa contraiu-se a um ritmo mais rápido do que a do vizinho alemão”, observa Rubia.

A Alemanha, um grande exportador, parece ter beneficiado mais com a retoma da procura externa.

O gabinete de estatísticas europeu, Eurostat, deverá publicar na terça-feira a estimativa para o crescimento económico da zona euro no último trimestre de 2023.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos 20 países que partilham a moeda única deverá cair ligeiramente, depois de já ter caído 0,1% no terceiro trimestre, o que significaria uma recessão técnica.

O PIB registou um crescimento de 0,1% no primeiro e segundo trimestres do ano passado.