Uma medalha de ouro, em 2021, outra medalha de ouro (2022) e mais uma medalha do metal precioso em 2023. Em três anos, Marta Paço sagrou-se tricampeã mundial de surf adaptado, na classe VI1, para atletas com deficiência visual.

Aos 18 anos, a atleta de Viana do Castelo soma três títulos consecutivos no campeonato do mundo de Para Surfing da Associação Internacional de Surf (ISA), competição que este ano decorreu em Huntington Beach, Califórnia, Estados Unidos da América. Subiu ao mais alto patamar, nas duas edições anteriores disputadas em Prismo Beach, Califórnia. Antes, tinha conquistado a medalha de bronze na praia La Jolla, em 2018, em San Diego (EUA), na altura com 13 anos.

Acompanhada pelo seu treinador Tiago Prieto (selecionador nacional) Marta Paço (8,67 pontos) venceu a final contra a francesa Valentine Moskoteoc (6 pts), a espanhola Carmen Lopez (4,50 pts) e Juliette Mas (1 ptos), igualmente francesa.

“Obviamente que estou super contente. A seleção nacional é uma família. Esta medalha de ouro não é minha, mas sim de Portugal e em especial desta equipa” confessou Marta Paço numa curta entrevista à ISA.

“Cada medalha é diferente, todos os anos há sentimentos e sensações diferentes, e este título foi o mais difícil dos três que já conquistei, mas tem esse lado de superação e triunfo, com mais esforço para ultrapassar a parte mental”, disse, citada em comunicado da Federação Portuguesa de Surf. “As condições este ano foram muito diferentes, esta onda tem um pouco mais de força do que estou habituada e estimulou mais a minha ansiedade, o que se refletiu nos meus heats”, explicou. “Mas saio com a sensação de dever cumprido e espero estar aqui de novo para o ano e ainda mais forte”, acrescentou a surfista Marta Paço que este ano junta o troféu mundial ao título europeu conquistado em julho, em Valdoviño, Espanha, prova onde foi bicampeã europeia.

Em dia de finais do campeonato do mundo de Para Surfing da Associação Internacional de Surf (ISA), Camilo Abdula (Stand 1) conquistou a medalha de bronze e falhou a revalidação do título. Terminou em 3.º (7,73 pts) na final ganha pelo brasileiro Roberto Pino (16,94 pts), atleta que no ano passado sagrou-se vice-campeão.

“Missão cumprida. O objetivo era chegar à final e consegui-o. Não consegui ser novamente primeiro, mas a competição é assim e os adversários, hoje, estiveram melhor. Para o ano há mais”, disse Camilo Abdula, atual campeão europeu de surf adaptado.

Para João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, o propósito da comitiva portuguesa – Marta Paço (VI 1), Camilo Abdula (Stand 1), Tomás Freitas (Kneel) e Afonso Faria (Prone 2) foi alcançado. “Cumprimos todos os objetivos e com aprendizagem dos mais novos da equipa, sobretudo do Afonso que nunca cá tinha vindo”, realçou João Aranha, no balanço do Mundial de Para Surfing da ISA.