Presente em Amares, no distrito de Braga, para a inauguração da casa local do FC Porto, o responsável máximo dos ‘dragões’ rejeitou “contribuir para qualquer divisão” no seio da massa associativa, na sequência das declarações do antigo treinador dos ‘azuis e brancos’ e candidato às próximas eleições do clube, que mencionou, na terça-feira, os 250 milhões de euros de passivo acumulados nos últimos 12 anos, a antecipação das receitas televisivas da próxima época e a anunciada academia para a Maia, que descreveu como “uma utopia”.

“Estou aqui como presidente do FC Porto e, como tal, não tenho de responder a críticas. Quero é união entre todos os portistas e não vou ser eu que vou contribuir para uma desunião. Estou aqui de alma e coração com os portistas de Amares. Interessa-me que a massa associativa e os adeptos estejam unidos. Não quero contribuir para qualquer divisão”, frisou, em declarações aos jornalistas.

Grato pelas oportunidades de estar junto das “pessoas que gostam do FC Porto”, o dirigente e candidato às próximas eleições, a par de André Villas-Boas e de Nuno Lobo, disse manter o sentido de responsabilidade com que tomou posse pela primeira vez, em 23 de abril de 1982, e prometeu continuar a lutar por um clube “vitorioso e unido”, mesmo com diferenças de opinião, e pronto a “levantar a voz” na defesa dos interesses do Norte, num país que apelidou de ‘centralista’.

“Enquanto for presidente do FC Porto, seja um mês, dois meses, dois anos, 20 anos, lutarei para que seja sempre um clube único, para fazer frente àqueles que são os nossos verdadeiros inimigos. Temos uma função social, mas também a obrigação de levantar a voz em defesa não dos nossos interesses, mas dos nossos ideais”, referiu, após um almoço de confraternização com adeptos locais.

Convencido de que a equipa principal de futebol, terceira na I Liga, “está bem, a ter resultados”, ainda por cima com “jovens jogadores” como Francisco Conceição, Alan Varela ou Otávio Ataíde, entre os 21 e os 22 anos, a contribuírem para os recentes triunfos, o presidente ‘azul e branco’ reiterou o objetivo de “tentar ganhar todos os jogos” até ao fim da época.

“[O título] não está na nossa mão. A nossa obrigação agora é tentar ganhar todos os jogos, que foi aquilo que dissemos antes do FC Porto–Benfica [triunfo por 5-0], e é o que felizmente tem estado a acontecer, com vitórias expressivas e, sobretudo, com jogos com exibições de muita categoria”, realçou, um dia depois de os ‘dragões’ vencerem fora o Portimonense por 3-0.

O dirigente afirmou, por isso, que o conjunto treinado por Sérgio Conceição lhe dá “todas as esperanças” de se apurar para os quartos de final da Liga dos Campeões na terça-feira, às 20:00, em Londres, na segunda mão dos ‘oitavos’, depois do triunfo da primeira mão sobre o Arsenal, por 1-0.

“O nosso treinador já deu garantias de que não teme nenhum adversário e tem sempre a estratégia própria. Agora, futebol é futebol. Não há vencedores antecipados, mas, sinceramente, espero que a massa associativa fique realmente feliz por passar esta eliminatória”, disse.

Pinto da Costa esteve na cerimónia de inauguração da Casa do FC Porto de Amares por volta das 12:00, após a receção no edifício dos Paços do Concelho de Amares às 11:00, por perto de uma centena de adeptos e pelo presidente da Câmara Municipal, Manuel Moreira.