Nasceu no Porto em 1943 e foi no seu clube de coração que começou a dar os primeiros pontapés na bola. Curiosamente, acabou por não vingar nos dragões a rumou à Académica de Coimbra em 1962, onde começou a destacar-se com muitos golos.

O tempo que passou em Coimbra aproveitou-o também para estudar, tendo iniciado os estudos em Filologia Germânica, que acabou por concluir, posteriormente, já em Lisboa. Os estudos eram uma paixão, ao mesmo tempos que os golos, por exemplo ao serviço da Briosa, marcou 94 num total de 110 jogos.

Estas exibições não passaram despercebidas ao Benfica, que acaba por o contratar ao final de quatro anos em Coimbra, em 1969.

E é de águia ao peito que vive os seus melhores momentos como jogador de futebol, conquistando quatro títulos de campeão nacional, em seis anos com o manto encarnado vestido.

Jogou ainda no Belenenses e no Rochester, nos Estados Unidos, antes de pendurar as chuteiras, tendo também represesentado a seleção nacional por 16 ocasiões.

O treinador de bigode

O bigode era, sem dúvida, a sua imagem de marca. Marca essa que também acabou por deixar desde o banco para o centro do relvado, como treinador de futebol.

Tirou o curso na Universidade de Lípsia, na República Democrática Alemã, e depois começou por orientar o Belenenses e o Portimonense, já depois de ter sido adjunto de José Maria Pedroto em Guimarães.

E acabou por ser Pedroto a marcar a sua carreira, pois é ele que indica Artur Jorge a Jorge Nuno Pinto da Costa para ser o seu sucessor no FC Porto, onde faz história.

Conquista campeonatos e torna-se no primeiro treinador português a vencer uma Taça dos Campeões Europeus, na célebre final de Viena, onde Madjer brilhou e onde o dragão se superiorizou ao Bayern.

A sua fama ultrapassa fronteiras e Artur Jorge acaba por não resistir aos francos da liga francesa, acabando por assinar pelo Matra Racing, após três anos na Invicta. Por ali fica duas épocas, regressando ao seu FC Porto, onde seria novamente campeão, ao mesmo tempo que orientava também a seleção nacional.

Paris, contudo, ficou-lhe também no coração e em 1991 volta a abandonar Portugal para aceitar o aliciante desafio de orientar o PSG, onde seria campeão francês e faria dos parisienses uma das equipas mais fortes da Europa.

Operação, carreira em fase descendente e agressão

Em 1994 aceitou o repto de Manuel Damásio para substituir Toni no comando do Benfica, mas as coisas não correram bem. Durante a sua estadia na Luz é operado a um tumor na cabeça e acaba por sair no início da época seguinte.

Começou aqui a fase descendente da sua carreira, tendo ainda passado pela seleção da Suíça, que comandou no Europeu de 1996, voltou aos comandos técnicos da seleção portuguesa, com quem falhou o apuramento para o Mundial de 1998 em França, tendo pelo meio sido agredido por Sá Pinto, no Jamor, num dos momentos mais tristes do futebol português.

Nos anos seguintes passou por muitos outros clubes de campeonatos como o holandês, Arábia Saudita, Emirados Arabes Unidos, Rússia, seleção dos Camarões, Argélia, tendo abandonado o futebol na temporada 2015/2016.