“Está a ser feito um trabalho árduo para retirar os moradores de Mariupol”, referiu Vereshchuk, num vídeo transmitido naquele canal, acrescentando que vão ser criados três corredores para a cidade vizinha de Zaporijia, no Norte.

O primeiro corredor vai partir da cidade de Berdyansk, o segundo da de Mangush e o terceiro de Yurivka, todas nas proximidades de Mariupol.

“A retirada [das pessoas] irá acontecer diariamente”, garantiu a vice-primeira-ministra, adiantando que a operação prosseguirá até que toda a população saia da cidade.

Irina Vereshchuk apelou às pessoas para seguirem “as instruções da equipa local” do governo e para se dirigirem para os autocarros “de forma organizada”, adiantando que um total de 21 autocarros e camiões com ajuda humanitária deixaram Zaporijia e estão a caminho de Mariupol.

Os russos cercaram há vários dias Mariupol, cidade costeira no mar de Azov que constitui um ponto-chave para os seus interesses estratégicos, já que, se a ocuparem, ligam as autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk à Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.

Na segunda-feira, os russos exigiram a rendição da cidade, rejeitada pelo governo ucraniano. Iryna Vershchuk exigiu à Rússia a abertura de “um corredor humanitário, em vez de perder tempo com cartas de oito páginas”.

Segundo Vereshchuk, até agora 45.000 pessoas conseguiram deixar a cidade, onde cerca de 350.000 cidadãos tentam sobreviver sem eletricidade, aquecimento, água ou assistência da Cruz Vermelha.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou, na segunda-feira, que a Rússia está a cometer em Mariupol “um crime de guerra em massa” e disse que o Presidente russo, Vladimir “Putin, merece a mais forte condenação do mundo civilizado”.