“Tivemos oportunidade hoje, em reunião do Conselho Europeu, de analisar os últimos desenvolvimentos relativos à Rússia e à Ucrânia. A UE está unida na preservação da paz e da estabilidade no continente europeu”, vincou o chefe de Governo português, numa curta publicação na rede social Twitter.

A posição de António Costa, que está em Bruxelas e ainda não prestou declarações localmente à imprensa, surge após um encontro informal entre os líderes da UE sobre a crise ucraniana, que durou menos de uma hora e antecedeu a cimeira da UE com a União Africana.

Os chefes de Governo e de Estado da UE, hoje reunidos em Bruxelas para avaliar a situação na Ucrânia, exigiram “provas visíveis e concretas” da contenção militar russa na fronteira ucraniana, anunciou o presidente do Conselho Europeu.

“Estamos firmes e determinados em defender os nossos valores, acompanhamos a situação numa base diária, de forma próxima, […] e instamos a Rússia a reduzir as tensões. Precisamos de provas visíveis e concretas no terreno”, declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Antes do encontro informal com os líderes dos 27, Charles Michel falou por telefone com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para expressar a solidariedade europeia a Kiev, dadas as investidas russas.

Segue-se agora a cimeira com a União Africana, que decorre entre hoje e sexta-feira em Bruxelas.

Da agenda do encontro informal fazia apenas parte uma discussão sobre a ameaça de uma agressão russa à Ucrânia ao nível dos líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, numa altura em que o Kremlin (Presidência russa) garante que concluiu algumas das manobras militares nas zonas fronteiriças, um anúncio recebido com cautela pela UE e pela NATO.

O encontro informal dos líderes da UE coincidiu com uma reunião de ministros da Defesa da NATO, que hoje termina, e na qual Portugal está representado por João Gomes Cravinho.

O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, depois da anexação da Crimeia em 2014.

Nas últimas horas, os Estados Unidos acusaram a Rússia de ter aumentado o contingente militar na fronteira com a Ucrânia em sete mil tropas nos últimos dias, apesar de Moscovo ter anunciado uma retirada parcial das forças aí destacadas.

As novas estimativas colocariam o número de forças russas próximo das 150 mil, número citado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, num discurso transmitido na televisão no início desta semana.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas exige garantias para a sua segurança, incluindo uma promessa de que a Ucrânia nunca será membro da NATO, uma exigência liminarmente rejeitada pelo Ocidente, que propôs em troca conversações com Moscovo sobre outros assuntos de segurança, como o controlo de armas ou visitas recíprocas a infraestruturas sensíveis.