O juiz do Tribunal Distrital dos EUA, Paul L. Friedman, tinha libertado Hinckley de todas as restantes restrições em setembro, mas impôs que a sua ordem apenas entraria em vigor em 15 de junho.

A audiência final decorreu esta quarta-feira, para garantir que Hinckley continua integrado na sua comunidade na Virginia, onde mora há vários anos.

Hinckley foi libertado de um hospital psiquiátrico em 2016, ao fim de mais de 30 anos de internamento.

Entre as restrições que estavam em vigor, incluíam-se a autorização para as autoridades acederem ao seu telemóvel, correio eletrónico e contas ‘online’, ou a obrigatoriedade de informar com três dias de antecedência a intenção de viajar mais de 120 quilómetros desde a sua habitação.

O norte-americano não compareceu à audiência final e o juiz não fez alterações aos seus planos para conceder liberdade total do controlo judicial.

“Foi examinado e passou em todos os testes. Ele não é mais um perigo para si mesmo ou para os outros”, destacou Friedman, durante uma audiência que durou cerca de uma hora.

Os procuradores, que se tinham oposto ao fim das restrições, mudaram de posição no ano passado.

A procuradora Kacie Weston referiu esta quarta-feira que o governo acredita que o caso “demonstrou o sucesso que pode vir de um sistema de saúde mental abrangente”.

O advogado de longa data de Hinckley, Barry Levine, realçou que o caso “começou com um jovem problemático que causou um grande dano” e que, no final, “foi salvada uma vida”.

Levine acrescentou que o seu cliente pretende seguir uma carreira na música, para a qual tem “talento real”.

Esta quarta-feira, a Fundação Ronald Reagan emitiu uma declaração a opor-se ao levantamento das restrições, manifestando “preocupação” com a libertação de Hinckley e a vontade deste em seguir “uma carreira musical com fins lucrativos”.

Hinckley, que tem 67 anos, disparou sobre Reagan à porta do hotel Hilton, de Washington, em 30 de março de 1981.

Declarou que queria impressionar a atriz Jodie Foster, que tinha visto no filme “Taxi Driver”.

Foi declarado inimputável pela justiça.

Uma das balas atingiu Reagan no peito, perto do coração.

Na ocasião, três outras pessoas foram atingidas, entre as quais o então porta-voz da Casa Branca, James Brady, que ficou parcialmente paralisado e com problemas de fala, tendo morrido em 2014.