O vice-secretário Adjunto do Departamento de Estado para a comunicação cibernética e internacional e para a política de tecnologia de informação deixa as suas atuais funções para integrar a Information Technology Industry (ITI) Council (Conselho da Indústria de Tecnologia de Informação) enquanto vice-presidente com o pelouro de política.

Esta associação comercial de tecnologia conta com o Facebook, Twitter, Alphabet (Google), Amazon e Microsoft entre os seus membros.

Strayer era o principal rosto da Administração Trump para a política cibernética e passou os últimos anos a alertar os aliados norte-americanos sobre os perigos de depender da tecnológica chinesa Huawei no desenvolvimento das redes de quinta geração móvel (5G), apelando a que deixassem de trabalhar com a empresa.

Nomeado em setembro de 2017, Strayer era o líder diplomático dos Estados Unidos para questões que vão desde ciberataques e segurança no 5G, passando pelas tecnologias emergentes e política de privacidade, e a renúncia ao cargo tem efeitos no final deste mês, de acordo com a Bloomberg.

Stayer, que esteve em Portugal no início deste ano, é o último de uma série de responsáveis da área da cibersegurança a deixar a Administração Trump, a poucos meses das eleições presidenciais norte-americanas.

Em entrevista à Lusa em fevereiro deste ano, Robert Strayer manifestou-se confiante que a longo prazo as operadoras portuguesas implementem "apenas" tecnologia fiável, deixando de trabalhar com a Huawei.

"Estou confiante de que, a longo prazo, conseguiremos alcançar o tipo certo de padrões [de segurança], o que significa que as operadoras de telecomunicações em Portugal irão implementar apenas tecnologia fiável", disse, na altura, o vice-secretário Adjunto do Departamento de Estado para a comunicação cibernética e internacional e para a política de tecnologia de informação.

"Aqueles que hoje têm tecnologia não confiável", nomeadamente na rede 4G, esta pode ser "facilmente retirada à medida que são atualizados os equipamentos de comunicações ao longo do tempo", acrescentou Robert Strayer, que esteve reunido em fevereiro com as três operadoras de telecomunicações portuguesas - Altice Portugal, NOS e Vodafone Portugal -, bem como o regulador Anacom e parlamentares.

"E acho que, a longo prazo, o público exigirá que as suas informações privadas não estejam nas mãos do Partido Comunista chinês", tal como a da sua propriedade intelectual, apontou, na altura.