O centro vai ficar instalado no Parque de Natureza e Biodiversidade de Boticas, distrito de Vila Real, e conta com a parceria da espanhola Ibedrola, no âmbito das contrapartidas pela construção de três barragens na região do Alto Tâmega.

O projeto inicial previa a construção de quatro barragens mas a descoberta do mexilhão-de-rio (margaritífera margaritífera), no rio Beça, inviabilizou a construção da barragem de Padroselos, que iria localizar-se junto a Covas do Barroso.

Trata-se de espécie ameaçada que chegou a ser dada como extinta em Portugal no início do século XX, tendo sido redescoberta de uma forma fortuita em 2009, em Boticas.

É uma espécie de bivalve não comestível, mas que se encontra protegida por uma diretiva comunitária.

A sua sobrevivência depende não apenas da qualidade das águas mas também da existência de hospedeiros, como a truta-fário, no seu ‘habitat’.

Segundo o município, alguns exemplares encontrados na natureza estão já a ser encaminhados para o Parque de Natureza e Biodiversidade.

Inicialmente, explicou em comunicado, vão ser colocados em quarentena nos aquários do posto piscícola e, posteriormente, transferidos para os tanques da estação de truticultura, onde têm os hospedeiros naturais para a sua reprodução.

Depois, quer pela reintrodução da própria espécie nos rios, quer pelo repovoamento dos mesmos com trutas-fário, a margaritífera margaritífera será progressivamente devolvida ao seu 'habitat' natural.

O Parque de Natureza e Biodiversidade quer “desempenhar um papel relevante na recuperação desta espécie”.

De acordo com a autarquia, a Iberdrola “apoiará financeiramente este centro de divulgação e investigação, permitindo o necessário investimentos tanto em meios físicos como em recursos humanos qualificados”.