“Mesmo que Mariupol caia, a Ucrânia não pode ser conquistada cidade por cidade, rua por rua, casa por casa. O único resultado de tudo isso é mais sofrimento, mais destruição e mais horror até onde os olhos podem ver”, disse Guterres à imprensa, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

“Quantas mais cidades como Mariupol devem ser destruídas? Quantos mais ucranianos e russos serão mortos antes que todos percebam que esta guerra não tem vencedores — apenas perdedores? (…) Continuar a guerra na Ucrânia é moralmente inaceitável, politicamente indefensável e militarmente absurdo”, acrescentou.

Cerca de um mês após o início da guerra, o secretário-geral das Nações Unidas fez um balanço da “invasão maciça” do território soberano da Ucrânia por parte da Rússia, invasão essa que classificou como uma “violação da Carta da ONU”.

“E tudo isso está a intensificar-se, ficando mais destrutivo e mais imprevisível a cada hora. Dez milhões de ucranianos foram forçados a deixar suas casas e estão em movimento”, salientou.

Apesar disso, Guterres afirmou ter informações de que “elementos de progresso diplomático” estão a surgir em várias questões-chave, advogando que já são suficientes para cessar as hostilidades.

“O que eu disse neste pódio há quase um mês deve ficar ainda mais evidente para todos hoje. (…) É hora de parar a luta e dar uma chance à paz. É hora de acabar com essa guerra absurda e medonha”, concluiu.