“Fomos também surpreendidos pela impossibilidade do voo que vinha de Moscovo chegar hoje até a Madeira. São vários os espaços na Europa que se estão a fechar para os voos russos e a consequência é esta dificuldades de circulação e dos voos daquele país”, afirmou o secretário regional do Turismo da Madeira.

O voo de Moscovo para a Madeira que estava programado para hoje que iria transportar os 220 turistas russos que estão de visita à região acabou por não se concretizar.

Eduardo Jesus assegurou que “a Madeira está sempre atenta e interessada que este processo se conduza da mesma forma como aconteceu relativamente aos cidadãos da Ucrânia”, os 189 turistas que foram apoiados e a maioria dos quais já deixou a região com ligações a outros aeroportos, como o caso da Lituânia.

A situação do conflito militar na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia surpreendeu 189 turistas ucranianos e 220 russos que tinham chegado há cerca de uma semana à Madeira.

“Esta situação do russos está s ser acompanhada pelo Governo Regional”, assegurou o governante madeirense.

Eduardo Jesus sublinhou que a região “vai naturalmente fazer tudo o que está ao seu alcance para que estas pessoas fiquem bem acolhidas e sejam criadas as condições para o seu regresso”.

O governante madeirense adiantou que o Governo Regional tem “estado em contacto permanente, tentou também envolver a embaixada da Rússia, mas, infelizmente sem sucesso, porque esta não está a dar resposta às solicitações” .

Mas, complementou o responsável, o executivo madeirense “não vai deixar que os cidadãos da Rússia fiquem desprotegidos”.

Eduardo Jesus perspetivou que seja encontrada “uma nova solução segunda-feira” e que esta “eventualmente, passe por outro país por onde o espaço aéreo ainda permita ligação depois à Rússia”.

O secretário enfatizou que o Governo Regional “está o novamente empenhado, como fez com os cidadãos da Ucrânia, em criar todas as condições para que os russos também possam regressar a casa, numa alternativa que está a ser estudada e preparada eventualmente para amanhã [segunda-feira], se tudo correr bem”.

O responsável insular argumentou que o facto desta situação acontecer num domingo e “da embaixada não ter capacidade de resposta dificulta a montagem de uma operação mais conclusiva e imediata” e que “a embaixada [da Rússia] não responde aos seus próprios cidadãos”.

“Mas, a Madeira está sempre atenta e, naturalmente, interessada que este processo se conduza da mesma forma como conduzimos nos últimos dois dias a situação em relação aos cidadãos da Ucrânia”, disse.

Por isso, o “Governo Regional da Madeira decidiu avançar mesma forma como fez com os cidadãos da Ucrânia e vai garantir a sua estadia, em princípio até segunda-feira, confiando que o esforço que está a ser feito também pelo operador e os cidadãos junto da embaixada vai ter algum efeito”.

“E vamos encontrar alguma solução não direta, mas passando por outro país até que possam regressar à Rússia, e até lá ficam alojados também a expensas do Governo Regional”, destacou.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev.

A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

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