O jornal Público avança esta segunda-feira, 30 de junho, que dois generais da Força Aérea foram condenados pelo Tribunal de Contas por gestão negligente do Hospital das Forças Armadas.

Os militares estiveram à frente da unidade hospitalar entre 2016 e 2019.

António Lopes Tomé e Regina Mateus foram acusados de violar as regras da contratação pública.

Entre os casos está o da contratação por ajuste direto de pessoal médico para os cuidados intensivos e para as urgências no valor de mais de um milhão de euros.

O tribunal, todavia, considera que os militares não beneficiaram pessoalmente destas adjudicações. Acrescenta até que o caso não foi “especialmente grave”, já que “não existem elementos que permitam concluir ter havido lesão efetiva de valores públicos, em termos económicos”.

Regina Mateus — que recorreu da multa aplicada pelo Tribunal de Contas — disse que nunca recebeu formação para dirigir a unidade de saúde e que se limitou a seguir os procedimentos que já vigoravam antes de tomar posse. Por outro lado, alegou, recusar a ordem para se tornar diretora não era opção porque isso seria encarado como desobediência no contexto militar.

O amadorismo na gestão hospitalar foi ainda corroborado por uma testemunha, o chefe do serviço de aprovisionamento da unidade de saúde, que explicou que sendo licenciado em Farmácia também não detinha conhecimentos em matéria de contratação pública. Este acrescentou ainda que falta ao hospital, com dois pólos, estrutura e cultura para levar a cabo processos desta envergadura.