“Os militares russos estão a mostrar coragem ao realizar as suas missões de combate (…). Infelizmente, há mortos e feridos. Mas as nossas perdas são muito menores” do que no campo ucraniano, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov.

O Kremlin é regularmente acusado pela oposição de ignorar a morte de soldados russos em combate para não atrair a ira da opinião pública, ainda traumatizada por conflitos muito mortíferos, particularmente o do Afeganistão nos anos 1980 e o que decorreu na Chechénia nos anos 1990 e 2000.

O Governo e a imprensa russa controlada pelo poder estão a apresentar a invasão em curso como uma “operação” militar confinada a Donbass (leste), enquanto os combates ocorrem de sul a norte da Ucrânia, incluindo na capital, Kiev.

No sábado, a Ucrânia afirmou que pelo menos 198 civis foram mortos desde o início da invasão russa.

Kiev também disse ter matado vários milhares de soldados russos, uma afirmação não verificável de fonte independente.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

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