O homem havia sido condenado em primeira instância pela Audiência Nacional, um alto tribunal especializado — entre outros casos — em terrorismo, a um ano e meio de prisão. No entanto, recorreu da decisão invocando o direito à liberdade de expressão.

Andeka Jurado, condenado em 2006 por um crime relacionado com terrorismo, argumentou que não era o autor dessas mensagens no Twitter e, portanto, não poderia ser perseguido pelo teor e/ou conteúdo das mesmas.

Mais concretamente, era acusado de ter divulgado, entre 2014 e 2015, um vídeo no qual apareciam membros do ETA, às vezes armados, assim como a foto de um membro falecido da organização, acompanhado da frase "Adeus e Honra", em basco. Também 'retweetou' outras duas mensagens em homenagem a este militante da ETA.

No entanto, o Supremo Tribunal ditou que "retweetar mensagens ou imagens de apoio à ETA ou de homenagem aos terroristas pode ser crime por enaltecer o terrorismo".

O Supremo acrescenta que "o tipo penal não exige que o acusado assuma como próprio, motivo ou argumento a imagem na sua mensagem, nem tampouco que seja ele quem criou; basta que de um modo ou de outro tenha acesso a ela e a publicite, expandindo a mensagem a uma grande quantidade de pessoas". Desta forma, confirma a condenação inicial de um ano e meio de prisão pronunciada pela Audiência Nacional.

O condenado tinha, no momento do caso, cerca de 120 seguidores; hoje, são 2.460. Na sua conta do Twitter, defendeu que não fez mais do que reproduzir um vídeo que estava "há 10 anos publicado" no YouTube.

À ETA são atribuídas cerca de 829 mortes, assim como muitos sequestros e campanhas de extorsão a empresários durante as quatro décadas de luta armada pela independência do País Basco e de Navarra. Em outubro de 2011, a organização renunciou definitivamente à violência.