Depois de nos últimos dias se ter reunido com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, António Costa, a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, almoçou hoje com o presidente do PSD, Rui Rio, na Assembleia da República.

“Posso confirmar que todos os partidos políticos, sem apoio do Partido Comunista de Portugal, apoiam a Ucrânia nesta situação dramática devido à invasão da Rússia. Gostaria de expressar a gratidão profunda ao Estado português pela solidariedade e pelo apoio da posição ucraniana”, afirmou no final, aos jornalistas.

Quanto à prioridade externa neste momento, a embaixadora enfatizou, tal como já tinha feito na quarta-feira no final da reunião com António Costa, a importância de ser concedido à Ucrânia o estatuto de candidato a membro da União Europeia.

“Esta decisão é muito importante para apoiar o povo ucraniano e motivar a luta pela independência e a preservação da soberania da Ucrânia e, por isso, solicitamos a todos os países da União Europeia que apoiem esta decisão nos próximos dias”, afirmou.

No final do almoço, o presidente do PSD, Rui Rio, defendeu que “faz sentido” conferir à Ucrânia o estatuto de candidato a Estado Membro da União Europeia em nome do valor da paz na Europa, admitindo que depois haverá um “grande caminho” a percorrer num processo de adesão.

Questionada sobre a nova ronda negocial de hoje entre a Ucrânia e Rússia, Inna Ohnivets disse ainda não ter informação sobre os resultados.

“A Ucrânia está disposta a continuar as negociações com a Rússia para parar a guerra, esta guerra foi iniciada pela Rússia, não pela Ucrânia. Gostaríamos de viver em paz, mas temos o direto de viver num mundo ocidental, viver na Europa unida com os valores democráticos porque somos um Estado democrático”, defendeu.

Na segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou o pedido formal para a entrada do país na União Europeia (UE).

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.