A Lusa esteve na Avenida Paulista, região que já foi o centro financeiro do país e hoje se transformou numa área nobre de cultura e lazer, e constatou que, embora haja medo e uma certa hesitação, a população brasileira tem esperança que aconteçam mudanças positivas no final deste conturbado processo eleitoral.

A caminhar com a mãe em direção a um centro desportivo, Mateus Felipe da Silva Santos, de 24 anos, tem a expectativa de que o povo brasileiro se volte a unir.

"Independente de quem suba para assumir a Presidência do nosso país, espero que o povo se una. Que não fique esta guerra com as pessoas brigando umas com as outras. As pessoas têm que olhar para a frente e, independente de quem assumir a presidência, temos que cobrar”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de incidentes violentos ou confrontos no dia da votação, Mateus disse acreditar que embora as pessoas estejam com os ânimos exaltados, a votação será tranquila.

Augusto Viana Zacarias, de 36 anos, também aproveitou o início da manhã de domingo para fazer exercício físico e disse à Lusa que tem fé que o Brasil mudará e que as coisas vão melhorar.

"A gente tem fé que vai ter mudança e melhoria das coisas. Os tempos não estão bons. Planejamos esta mudança, mas não sei se isto será tão positivo. Será uma mudança radical", disse.

Sobre o novo governo, que começará a ser desenhado na segunda-feira com o resultado eleitoral, Augusto considera que a imagem do Brasil perante os investidores estrangeiros deve melhorar com o início de uma nova fase.

"Eu acredito que, internacionalmente, vamos começar a ter uma visão mais positiva do Brasil e isto é que traz o crescimento. O investimento externo. Os grandes investidores estão fugindo porque não tem muita confiança no Brasil (...) Tenho fé que a partir de amanhã vamos ter mudança e que esta mudança é positiva", explicou.

Já Roselaine de Olivera, que passava pela Avenida Paulista antes do trabalho, disse ter esperança no futuro, embora tenha manifestado um certo medo dada a bipolarização política do Brasil.

"A expectativa é de que [venham] dias melhores [após as eleições]. Do jeito que está, não dá para continuar. Não só eu, como qualquer brasileiro, espera que o país melhore. A expectativa é uma, mas o que sentimos é outra coisa (...) A população está com medo do que pode acontecer. Acredito que o país vai melhorar, mas tenho um pouco de medo também", afirmou.

Odair Barbosa Araújo, de 20 anos, outro trabalhador abordado pela Lusa antes do início da votação, foi enfático ao dizer que, independentemente de quem saia vencedor após a abertura das assembleias de voto, o novo Presidente do Brasil deve respeitar a democracia.

"Eu só espero que amanhã o novo Presidente tenha uma postura democrática e que os brasileiros respeitem a posição dos outros porque está havendo muito desrespeito no país ultimamente", concluiu.

Hoje, 147 milhões de brasileiros votam para escolher um novo Presidente, que governará o país entre os anos de 2019 e 2022. Em quatorze estados do país também haverá a escolha de governadores regionais.