De acordo com noticia da publicação NPR, que conta com apoio financeiro da Fundação Bill & Melinda Gates, o conselho de administração da Microsoft contratou uma empresa de advogados privados para analisar uma "relação íntima" de décadas entre Bill Gates e uma funcionária da empresa. A investigação, confirmada no domingo por um porta-voz da empresa, teve lugar nos meses anteriores à sua demissão do conselho de administração.

A demissão de Gates ocorreu três meses depois de ter sido reeleito pela direção da Microsoft.

"A Microsoft teve conhecimento, na segunda metade de 2019, de que Bill Gates teria tentado iniciar uma relação íntima com uma funcionária da empresa no ano 2000", contou um porta-voz da empresa à NPR.

"Uma comissão da direção analisou a preocupação, com o auxílio de uma empresa de advogados externa, para conduzir uma investigação minuciosa. Ao longo da investigação, a Microsoft prestou amplo apoio à funcionária que manifestou a preocupação".

Um artigo publicado no domingo no The Wall Street Journal noticiou que a direção da Microsoft decidiu que Gates deveria deixar a empresa quando uma relação romântica anterior, com uma engenheira da Microsoft, que teria sido considerada "inadequada", estava a ser analisada.

Um porta-voz de Gates negou, contudo, qualquer ligação entre a sua saída e a investigação em curso.

"Houve um caso, há quase 20 anos, que terminou amigavelmente. A decisão de sair do conselho não esteve de modo algum relacionada com este assunto", escreveu o porta-voz numa declaração partilhada com a publicação NPR. "De facto, ele tinha manifestado interesse em dedicar mais tempo à filantropia", acrescentou.

Bill Gates tem sido alvo de escrutínio nas últimas semanas, depois de ter sido anunciado, no início deste mês, o divórcio de Melinda Gates, dando como terminado um casamento de 27 anos. Segundo escreveu num processo em tribunal, o casamento teria sido "irremediavelmente desfeito".

Uma outra notícia de domingo, do The New York Times, detalha ainda como Bill Gates alegadamente "procurou" várias mulheres ligadas à Microsoft e à sua fundação, acabando por desenvolver "uma reputação de conduta questionável em ambientes relacionados com o trabalho".

No entanto, segundo a publicação, terá sido a amizade com o agressor sexual Jeffrey Epstein – com quem Gates terá alegadamente mantido a proximidade mesmo depois da condenação de Epstein por solicitar sexo com raparigas com apenas 14 anos – que perturbou Melinda Gates e que terá desencadeado o processo de divórcio.

A sequência de eventos foi contestada por um porta-voz de Gates: "É extremamente dececionante que tenham sido publicadas tantas inverdades sobre a situação, as circunstâncias e a linha temporal do divórcio de Bill Gates".

"Os rumores e especulações em torno do divórcio de Gates estão a tornar-se cada vez mais absurdos e é lamentável que pessoas que têm pouco ou nenhum conhecimento da situação estejam a ser caracterizadas como 'fontes'”, acrescentou.