Segundo informações da Polícia Federal numa conferência de imprensa, o alegado mandante do crime é Rubens Villar Coelho, conhecido pelo nome de Colômbia, que teria ligação com tráfico de drogas e a pesca ilegal praticados na área em que os crimes ocorreram.

Villar Coelho foi preso em flagrante na quinta-feira, por agentes de segurança da delegacia de Tabatinga, no Amazonas, usando documentos falsos e, ao ser interrogado, negou envolvimento nos crimes perpetrados contra o ativista indígena brasileiro e o jornalista britânico.

Dom Phillips, jornalista e colaborador do jornal The Guardian, e Bruno Araújo Pereira, ativista que militava em favor dos direitos dos indígenas, desapareceram em 05 de junho, no Vale do Javari, região remota e de selva na Amazónia brasileira perto da fronteira com Peru e Colômbia, onde realizavam uma investigação sobre ameaças de invasores e criminosos contra os indígenas.

Dez dias depois do desaparecimento seus corpos foram encontrados e três pescadores ilegais acabaram detidos, sendo que dois deles confessaram os homicídios, de acordo com a polícia.

Hoje vence o prazo das prisões destes suspeitos e, segundo a polícia, é esperada uma decisão da Justiça sobre o pedido da sua prisão preventiva.

Na quinta-feira, o Parlamento Europeu adotou uma resolução sobre a situação dos defensores dos povos indígenas e do ambiente no Brasil, na qual condena o aumento de ataques contra ativistas e deplora a “retórica agressiva” do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

Num texto adotado no hemiciclo de Estrasburgo, França, com 362 votos a favor, 16 contra e 200 abstenções, os eurodeputados condenam “o brutal assassínio de defensores dos direitos humanos e povos indígenas no Brasil, incluindo os recentes assassínios do jornalista britânico Dom Phillips e do ativista brasileiro Bruno Pereira”.

O Parlamento Europeu exortou as autoridades brasileiras a levarem a cabo “uma investigação completa, imparcial e independente sobre estes homicídios”.