Os resultados da província de Cabinda (um enclave no norte de Angola) são praticamente finais, uma vez que já foram contabilizados os votos de 99,46% dos eleitores.

De acordo com os dados provisórios anunciados hoje em Luanda pela porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) lidera a contagem, conseguindo 60.501 votos (ou 39,75%), seguido da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), com 44.632 votos, ou 29,33%.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) surge muito próximo, no terceiro lugar, com 42.844 votos (correspondendo a 28,18%).

O Partido de Renovação Social (PRS) ficou-se pelos 1.605 votos (1,5%), seguido da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com 1.370 (0,9%) e da Aliança Patriótica Nacional (APN), com 1.187 (0,78%).

A abstenção na província, um enclave envolvido pela República Democrática do Congo e com uma frente de costa atlântica, foi de 22,79%.

Os independentistas da FLEC-FAC apelaram a 07 de agosto à "paralisação total" do enclave de Cabinda nas eleições gerais de 23 de agosto em Angola, afirmando que "cada cabinda que colocar um voto" assume "que é angolano".

O apelo constava de um comunicado assinado pelo seu porta-voz, Jean Claude Nzita, no qual a direção político-militar da Frente de Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas Cabindenses (FLEC-FAC) afirmava que as eleições de quarta-feira seriam do "país ocupante" daquele enclave.

Angola realizou na quarta-feira eleições gerais, nas quais mais de 9,3 milhões de angolanos estavam inscritos para escolherem, entre seis candidatos, o sucessor de José Eduardo dos Santos - que não integrou qualquer lista candidata.

Esta votação envolve a eleição direta do parlamento (220 deputados) e indireta do Presidente da República, que será o cabeça-de-lista do partido mais votado.

Cada um dos 18 círculos provinciais elege cinco deputados à Assembleia Nacional.