Fontes parlamentares indicaram à agência Lusa que o nome de Elisa Ferreira não teve, para já, ‘luz verde’ dos eurodeputados desta comissão parlamentar, sendo que a futura comissária portuguesa tem de responder às dúvidas colocadas até dia 25 de setembro, próxima quarta-feira.

Já até dia 27 de setembro, os eurodeputados da comissão de Assuntos Jurídicos analisam tal resposta e tomam uma decisão, que é remetida à comissão que vai ouvir Elisa Ferreira, do Desenvolvimento Regional.

Isto implica, na prática, que Elisa Ferreira tenha de vender as ações que detém no grupo Sonae, adiantaram as mesmas fontes à Lusa.

A comissão de Assuntos Jurídicos esteve reunida esta manhã à porta fechada à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorreu na cidade francesa de Estrasburgo, num encontro que serviu para avaliar “conflitos de interesses potenciais ou reais dos comissários indigitados” pela presidente eleita do executivo comunitário, Ursula von der Leyen.

Os eurodeputados analisaram, assim, as declarações de interesses financeiros apresentadas pelos comissários, avaliando se estes documentos estavam ou não completos e se, do seu conteúdo, era possível inferir conflitos de interesses.

Após esta análise, os membros da comissão de Assuntos Jurídicos decidiram enviar pedidos de esclarecimentos a alguns dos comissários, entre os quais Elisa Ferreira, por considerarem, então, que as declarações de interesses apresentadas continham informações incompletas ou contraditórias, explicaram as mesmas fontes à Lusa.

Entretanto, também hoje, ficou decidido que Elisa Ferreira será ouvida no dia 02 de outubro pela comissão de Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu, em Bruxelas, numa audição em que participarão também as comissões parlamentares de Orçamentos e de Assuntos Económicos e Monetários.

E ainda hoje, soube-se que Elisa Ferreira contactou os serviços da Comissão Europeia para pedir esclarecimentos relativamente a “uma questão relacionada com um aspeto da sua declaração de interesses”, revelou a porta-voz do executivo comunitário, Mina Andreeva.

“Posso confirmar que a comissária indigitada Elisa Ferreira contactou os serviços da Comissão sobre uma questão relacionada com um aspeto da sua declaração de interesses [financeiros]. Estamos a analisá-la e providenciaremos aconselhamento sobre essa matéria. Entenderá que não o faremos nesta sala de imprensa”, declarou Mina Andreeva na conferência diária da Comissão Europeia, em Bruxelas.

A porta-voz do executivo comunitário respondia a uma questão sobre a possível existência de um conflito de interesses entre a pasta que a comissária designada por Portugal irá tutelar – a da Coesão e Reformas – e o cargo ocupado pelo marido, Fernando Freire de Sousa, que é presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), uma entidade responsável pela aplicação de fundos comunitários.

Esta questão também foi abordada na reunião da comissão de Assuntos Jurídicos, tendo estes eurodeputados considerado não haver conflito de interesses por o marido de Elisa Ferreira presidir à CCDR-N, informaram fontes parlamentares à Lusa.

Elisa Ferreira, 63 anos, será a primeira mulher portuguesa a integrar o executivo comunitário.

(Notícia atualizada às 12h37)

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