“Chegaram-nos numerosas queixas”, sobretudo da província de Sanliurfa (sudeste), declarou o porta-voz do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Bulent Tezcan, durante uma conferência de imprensa na sede da formação em Ancara.

Tezcan enumerou vários exemplos de tentativas de introduzir votos falsos nas urnas, evocando uma urna com mais de uma centena de votos, todos pela aliança dominada pelo partido no poder, Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), mesmo antes da abertura das assembleias de voto.

Também divulgou um vídeo, que afirmou ter autenticado, de um homem afirmando que existiam mais boletins que votantes numa assembleia de voto em Suruç.

O procurador de Sanliurfa, à qual pretende Suruç, afirmou ter aberto um inquérito após aquelas alegações e já foram detidas quatro pessoas, segundo a agência estatal Anadolu.

Temendo fraudes, em particular no sudeste de maioria curda, opositores e organizações não-governamentais mobilizaram várias centenas de milhares de observadores.

“Na região houve ataques, ameaças para deter os nossos observadores”, afirmou Tezcan.

Lamentou igualmente a presença de “pessoas armadas nas ruas”, que tentam criar, segundo ele, “um ambiente de terror para os eleitores”.

O Partido Democrático dos Povos (HDP, principal formação pró-curda e de esquerda) também divulgou nas redes sociais tentativas de fraude e de intimidação no sudeste.

Após ter votado em Istambul, o presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou que “não existem problemas sérios em toda a Turquia” no modo como decorre o escrutínio.

Mais de 56 milhões de eleitores foram hoje chamados a eleger o presidente e o parlamento da Turquia.

Embora Erdogan surja como favorito, poderá não conseguir os 50% de votos necessários para garantir a eleição à primeira volta, enquanto o AKP se arrisca a perder a maioria absoluta, como sucedeu em junho de 2015.