“Supondo que Boris Johnson se torna o próximo primeiro-ministro, compreendo que as suas condições para servir o seu Governo incluiriam a aceitação de uma saída [do Reino Unido da União Europeia, ‘Brexit’] sem acordo em 31 de outubro, e isso não é algo a que eu possa alguma vez aderir”, disse Hammond no programa do jornalista Andrew Marr, na BBC.

O chanceler do Tesouro Público, como também é oficialmente designado o cargo de ministro das Finanças do Reino Unido, deixou ainda claro que no caso de Boris Johnson assumir o poder, se demitirá antes mesmo do possível novo primeiro-ministro assumir funções.

“Estou seguro de que não vou ser demitido porque me vou demitir antes de chegar a esse ponto”, disse Philip Hammond, pró-europeu.

O ministro acrescentou que “é muito importante que o primeiro-ministro possa ter um chanceler que seja de uma linha política muito próxima”.

“E portanto eu tenho a intenção de apresentar a minha demissão a Theresa May antes de ela ir ao palácio [de Buckingham] entregar a sua própria demissão [à rainha Isabel II] na quarta-feira”, afirmou.

Também o ministro da Justiça, David Gauke, anunciou hoje ao jornal The Sunday Times que pedirá a demissão caso Boris Johnson seja eleito.

O nome do próximo primeiro-ministro britânico, designado pelos 160 mil membros do Partido Conservador, será conhecido na terça-feira e assumirá funções no dia seguinte.

Os militantes podem votar, por via postal, até às 16:00 (mesma hora em Lisboa) de 22 de julho, e o vencedor será divulgado no dia seguinte, desencadeando a demissão da primeira-ministra britânica, Theresa May, para dar o lugar ao novo líder do partido do governo.

Os dois candidatos à sucessão de Theresa May são o chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt, e Boris Johnson, antigo presidente da Câmara de Londres e favorito à eleição.

Boris Johnson foi um dos principais apoiantes do ‘Brexit’ no referendo de 2016 e não exclui uma saída da União Europeia sem acordo em 31 de outubro, a nova data estabelecida para os britânicos abandonarem o bloco europeu.

Já Jeremy Hunt defende um acordo de saída com a União Europeia.

Theresa May renunciou à liderança do partido Conservador a 07 de junho devido às dificuldades em fazer aprovar o acordo de saída que concluiu com Bruxelas em novembro, mas continua como chefe de governo até a eleição do sucessor.

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