“Mike Pompeo anda numa viagem ‘guerreirista’ contra a Venezuela, mas saiu-lhe o tiro pela culatra e Mike Pompeo fracassou em todas as suas tentativas de pôr os governos do continente a organizarem-se numa guerra contra a Venezuela”, afirmou Nicolás Maduro.

O chefe de Estado venezuelano falava à televisão estatal durante uma videoconferência com militares que desde o estado de Arágua (100 quilómetros a oeste de Caracas) realizaram demonstrações do sistema de defesa territorial.

“Na Venezuela estamos feitos para a luta, para a resistência, para a fortaleza espiritual. A Venezuela não se renderá jamais”, assegurou.

O Presidente alertou que “a direita macabra, terrorista, golpista e o Governo dos Estados Unidos ativaram planos para perturbar seriamente a paz na Venezuela”.

Por isso, pediu à Milícia Nacional Bolivariana (MNB) que esteja “cada vez mais pronta, para defender a soberania e integridade territoriais” do país, e ao povo venezuelano “mil olhos e mil ouvidos”, pois “os inimigos da Venezuela estão numa fase de desespero porque a Venezuela vai consolidar a paz”.

“Deve garantir-se que os milicianos tenham acesso a armas para defender a nação, a treinos nas suas próprias paróquias (…), devemos apoiar mais a milícia em tudo”, defendeu.

Nicolás Maduro voltou a insistir que mesmo que “chova, troveje ou relampagueie haverá eleições (parlamentares) em 6 de dezembro” e que a Venezuela estará “prevenida perante tentativas de ataques nesse dia”.

Segundo as autoridades venezuelanas, a MNB é composta por 4.512.552 milicianos, distribuídos por 1.157 grupos, 14.383 bases e 51.360 unidades populares de defesa integral.

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, insistiu na sexta-feira que o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “deve sair” da cena política.

O Governo dos EUA não reconhece Maduro como Presidente da Venezuela desde 2013, tendo, em 2018, reconhecido legitimidade ao líder da oposição Juan Guaidó como Presidente interino e insistido na necessidade de novas eleições “livres e democráticas”.

“Sabemos que o regime de Maduro destruiu o povo da Venezuela e que Maduro é um traficante de drogas, sob acusação. Isso significa que ele deve sair”, disse Pompeo, durante uma visita à Guiana, numa digressão pela América Latina.

Os Estados Unidos têm intensificado as sanções económicas sobre a Venezuela e, em março passado, o Departamento de Justiça indiciou Nicolas Maduro e alguns seus familiares por crimes de “narcoterrorismo”.

Ao lado de cerca de 60 países e organizações, incluindo Portugal e a União Europeia, os Estados Unidos reconhecem Juan Guaidó como Presidente interino. Este acusa Maduro de “usurpador” e “ditador” depois das presidenciais “fraudulentas” de 2018.

Contudo, Maduro continua a contar com o apoio do Exército e convocou eleições legislativas para dezembro, que a comunidade internacional considera não existirem condições para a sua realização de forma transparente.

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