Zhang Yuhuan, de 52 anos, foi preso pelo homicídio de dois meninos, em 1993, mas sempre alegou que a sua confissão foi extraída sob tortura.

Depois de 27 anos atrás das grades, um tribunal no leste da China libertou-o na terça-feira, argumentando que não há evidências suficientes.

“Depois de analisar o caso, concluímos que não há evidências diretas para apoiar a condenação”, afirmou o Tribunal Popular de Jiangxi, em comunicado. “Declaramos Zhang inocente”, acrescentou.

Zhang é o preso no corredor da morte chinês que passou mais tempo na prisão, segundo a Xinhua.

O homem foi condenado à morte em 1995, antes de a sua sentença ser comutada para prisão perpétua dois anos depois.

Após vários recursos sem êxito, o tribunal da província de Jiangxi finalmente ordenou um novo julgamento, em março de 2019.

O tribunal concluiu então que é impossível provar que sacos e cordas encontrados na cena do crime e usadas no duplo assassinato tenham ligação com o acusado.

O advogado de Zhang, Wang Fei, anunciou que o seu cliente vai reclamar uma compensação e processar “aqueles que cometeram esta negação da justiça”.

Os defensores dos direitos humanos frequentemente questionam a imparcialidade dos tribunais chineses, que condenam quase 99% dos acusados.