Rajnath Singh disse em comunicado na Câmara Alta do Parlamento da Índia que a China acumulou tropas e armamento em Ladakh, numa violação dos acordos bilaterais firmados na década de 1990, e que estava a criar atrito ao tentar alterar unilateralmente o status na região.

O ministro da Defesa considerou as movimentações chinesas inaceitáveis para a Índia e advertiu a China que “podemos começar uma guerra, mas o fim dela não está nas nossas mãos”.

A Índia quer uma solução pacífica por meio de negociações, disse.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os países reuniram em Moscovo há uma semana e concordaram em diminuir as tensões em Ladakh, mas as palavras de Singh no Parlamento sugerem que a resolução do impasse será um longo processo.

Ele também afirmou que a Índia enviou tropas que frustraram as “tentativas de transgressão da China”.

“Devemos estar confiantes de que as nossas forças armadas vão gerir a situação com sucesso”, disse Singh.

As relações entre os dois países têm sido tensas, em parte devido à sua fronteira não demarcada.

Em 1962, travaram uma guerra, na região de Ladakh, que terminou com uma trégua incomoda. Desde então, as tropas protegem a área de fronteira indefinida, envolvendo-se ocasionalmente em confrontos.

O impasse resultou num confronto mortal, em junho passado, que deixou 20 soldados indianos mortos.

Singh disse que a Índia infligiu baixas “pesadas” nas forças chinesas, mas não forneceu detalhes. A China não deu detalhes também.

Depois desse confronto, os dois países recuaram parcialmente do local, no Vale Galwan, e em pelo menos dois outros lugares, mas a crise continuou em três outras áreas, incluindo no lago glacial Pangong.

O ministro indiano disse que o impasse se deve a perceções divergentes na linha de controlo real ferozmente contestada e que separa os territórios chineses e indianos de Ladakh, no oeste, e o estado indiano de Arunachal Pradesh.

Singh disse que a Índia dobrou o seu orçamento para construir estradas, pontes e outras infraestruturas ao longo da fronteira, para se equiparar à infraestrutura chinesa, em caso de necessitar de mobilizar forças.

“Estamos totalmente preparados para proteger a soberania e integridade territorial do nosso país”, disse, acrescentando que a China continuou a ocupar quase 38.000 quilómetros quadrados de terras indígenas em Ladakh.