A organização não governamental (ONG) SOS Mediterranée reiterou hoje, num comunicado, o seu pedido aos países europeus para permitirem o desembarque num dos seus portos das 60 pessoas resgatadas há cinco dias, incluindo 17 menores não acompanhados, um bebé de 3 meses e o seu irmão de 3 anos.

Vários dos migrantes que foram resgatados, quando estavam à deriva num barco de madeira a 60 milhas da costa da Líbia, tiveram de receber tratamento médico devido a “ferimentos traumáticos recentes e significativos”, supostamente sofridos na Líbia.

Um dos migrantes permanece em observação e exigirá transferência imediata para o hospital após o desembarque, explicou a ONG.

Segundo a SOS Mediterranée, com a mudança nas condições climatéricas, as pessoas resgatadas sofrem de tontura e algumas delas precisam de injeções para controlar os vómitos persistentes.

O Ocean Viking enviou a 29 de novembro um pedido para levar 60 migrantes do Centro Conjunto de Coordenação de Resgate da Líbia (LYJRCC) para um porto seguro e, na falta de resposta, enviou hoje um novo pedido às autoridades italianas e maltesas, que responderam negativamente até agora.

“Homens, mulheres e crianças estão novamente presos no convés do nosso navio depois de serem resgatados no mar. Entretanto, estão a ser atendidos pela nossa equipa médica. O tempo piorará nos próximos dias e isso prolongará desnecessariamente o sofrimento dos sobreviventes que já sofreram muito “, disse Nicholas Romaniuk, coordenador de busca e salvamento da SOS Mediterranée a bordo do Ocean Viking, numa nota.

A SOS Mediterranée também denunciou que a 01 de dezembro o Ocean Viking recebeu informações de que a guarda costeira da Líbia devolveu a Trípoli 33 pessoas resgatadas por um navio mercante na costa daquele país.

Isso ocorreu depois que o navio solicitou a assistência do Ocean Viking, mas não estava autorizado a fazer uma transferência e as pessoas foram devolvidas à Líbia.

Na mesma situação está o Alan Kurdi, que também resgatou a 29 de novembro 84 migrantes, sendo que 23 deles tiveram que ser levados para Itália por problemas de saúde, mas o desembarque dos restantes 61 migrantes a bordo do navio continua a ser negado.

A última retirada de pessoas do barco ocorreu na noite de segunda-feira, quando cinco mulheres entre 17 e 19 anos, tiveram que ser levadas ao hospital siciliano de Modica devido a tonturas e cólicas abdominais que sofreram. Três dessas mulheres foram acompanhadas pelos maridos.

O navio foi autorizado a aproximar-se a 12 milhas do porto de Pozzallo, na Sicília, para transferir as oito pessoas para os barcos da Guarda Costeira italiana, mas depois foi instruído a afastar-se de novo.

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