O comandante em chefe do exército tailandês, general Apirat Kongsompong, chorou ao pedir desculpas às vítimas durante uma conferência de imprensa, mas recusou-se a deixar o seu cargo.

“O exército é uma organização grande, composta por centenas de milhares de pessoas (…), não posso vigiar todas”, referiu.

“Alguns criticam o exército, [mas] exorto-os a não acusarem o exército (…), porque é uma organização sagrada”, declarou.

Em vez disso, “acusem-me, general Apirat”, declarou o comandante em chefe do exército tailandês.

O atacante, um oficial subalterno, foi morto a tiro pelas autoridades depois do ataque que realizou no fim-de-semana.

Acredita-se que o atirador tenha agido após uma discussão com um superior sobre uma dívida ligada à venda de uma propriedade, segundo as autoridades. Os militares dizem que este é um caso isolado de um soldado rebelde, não o produto de um sistema corrupto.

O general prometeu facilitar as investigações sobre queixas de jovens oficiais contra os seus superiores no futuro.

No presente caso, o atirador “foi enganado por seu superior e os seus familiares que lhe prometeram indemnização” pela venda de uma casa, disse o general.

O soldado matou o seu superior e a sogra do último antes de continuar o seu massacre durante 17 horas.

O exército é omnipresente no país e o seu orçamento aumentou desde o último golpe de 2014.

Os líderes militares costumam fazer parte dos conselhos de empresas estatais da Tailândia, alguns têm grandes fortunas e são frequentemente designados para cargos ministeriais.

Os quartéis são acusados de abrigar atividades comerciais fora da lei, como agências imobiliárias e empresas de segurança privada, e os soldados às vezes são chamados a trabalhar para oficiais seniores.

O general, que se deve reformar em setembro, prometeu fazer uma limpeza para remover os generais e coronéis corruptos do exército.

Após o massacre, os tailandeses inundaram as redes sociais com críticas aos seus líderes, acusando-os de mostrar pouca empatia após de assassínios sem precedentes.

Até agora, nenhum membro da família real tailandesa, protegida de perto pelo exército, visitou os sobreviventes.

No domingo, o militar disparou indiscriminadamente no interior de um centro comercial em Nakhon Ratchasima, onde se barricou com vários reféns durante mais de 15 horas, resultando em 29 mortos e dezenas de feridos.

O autor dos disparos, Jakrapanth Thomma, foi morto pelas forças de segurança na superfície comercial, que tinha apenas uma zona de acesso.