MP pede pena máxima para todos os arguidos implicados na morte de Jéssica
Edição por Manuel Ribeiro
“O que matou a Jéssica, sem margem para dúvidas, foi ter sido abanada violentamente e atirada várias vezes contra uma superfície dura”. Este testemunho do responsável do Gabinete Médico-Legal de Setúbal, a explicar o elevado grau de violência dos maus-tratos infligidos a Jéssica Biscaia foi uma das razões que levou o MP a pedir 25 anos de prisão para todos os arguidos implicados na morte da menina.
Jéssica, de apenas 3 anos, foi também alvo de “queimaduras na boca”, que terão sido provocadas por um “líquido a ferver” e que culminaram com a morte da criança, declarou ainda o médico-legista.
Um crime “especialmente violento”, sublinhou o Ministério Público que disse, ainda, não ser capaz de sentir qualquer empatia com os arguidos que cometeram estes atos de forma selvática.
A mãe, Inês Sanches, “deitou a filha moribunda, enquanto se entreteve a enviar mensagens ao pai da mesma a pedir dinheiro", acrescentou, dizendo que “não quis saber da menina” em momento algum e deixou-a ao “cuidado de pessoas que a ameaçavam”.
"Em 36 anos de serviço nunca vimos nada igual", afirmou a procuradora.
Nas alegações finais do julgamento, que está a decorrer no Tribunal de Setúbal, a magistrada do MP considerou provados os crimes de homicídio qualificado e de ofensas à integridade física agravada praticados em co-autoria pelos arguidos Ana Pinto, Esmeralda e Justo Montes. “Cremos não existirem dúvidas da responsabilidade de cada um destes arguidos”, afirmou.
Alguns advogados afetos ao processo também afirmaram que grande parte dos crimes que constam da acusação dos arguidos Ana Pinto, Justo Montes, Esmeralda Montes e Inês Sanches - a mãe de Jéssica Biscaia -, ficaram provados nas audiências de julgamento.
Dessa forma, o Ministério Público pediu esta tarde pena máxima de 25 anos de prisão para todos os arguidos.
Jéssica Biscaia morreu em junho de 2022, vítima de maus-tratos.
Atualidade
A entrada nos museus, palácios e monumentos sob alçada do Estado vai passar a ser gratuita aos domingos e feriados para os residentes em Portugal e paga para os turistas estrangeiros, anunciou o ministro da Cultura.