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Newsletter diária • 28 dez 2023

 
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Morreu o Senhor Europa. Partiu orgulhoso ou desgostoso da sua criação?

 
 

Edição por Ana Maria Pimentel

A Europa está de luto. Portugal está de luto. “O Governo Português vai decretar dia de luto nacional pela morte de Jacques Delors. A data será fixada oportunamente, por coordenação europeia ou no dia do funeral”, informou o gabinete do Primeiro-Ministro.

António Costa lembrou, ainda, que Jacques Delors, “um dos grandes impulsionadores da integração europeia, foi também e sobretudo um grande amigo de Portugal”. Foi durante a sua presidência que “Portugal aderiu às então Comunidades, percorrendo um caminho que levou o país a consolidar-se como um país desenvolvido, moderno e democrático”, assinalou.

Aos 98 anos morreu um dos responsáveis pelo projecto europeu, pela transformação da Comunidade Europeia em União Europeia, encaminhando as nações da Comunidade para a moeda única e para uma maior cooperação ao nível da defesa. E, quis o destino, que no dia sua morte entrasse em vigor um novo instrumento anti-coerção económica na União Europeia (UE) com vista a dotar o bloco comunitário de meios para combater as ameaças económicas e as restrições comerciais desleais de países terceiros, como a China.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou o papel de Jacques Delors na “evolução das Comunidades para uma União Europeia” e como “mobilizador das grandes reformas dos anos 80 e 90, institucionais e financeiras, do alargamento a Portugal e Espanha”.

“Jacques Delors encarna para muitos europeus a própria construção europeia. Mas também o valor do trabalho e de se afirmar pelo seu próprio caminho de autodidata, a promoção da justiça social, do respeito pelos direitos humanos, da importância do outro”, refere ainda.

Marcelo Rebelo de Sousa atribui ainda a Delors o “respeito e reafirmação de que a Europa deve ser uma construção dos seus povos e dos seus Estados”.

“A Europa será de todos, será solidária ou não será, dos mais necessitados como dos que tiveram melhor sorte, dos do sul como dos do norte, do leste ou do oeste, deles e delas, de todos, todos, todos”, sublinha o Presidente da República, parafraseando o Papa Francisco.

Solidariedade europeia é uma expressão ganha uma nova dimensão no dia da sua morte, principalmente porque, ontem, umas horas antes do anúncio da morte de Delors, um total de 619 migrantes chegou à ilha italiana de Lampedusa em 24 horas, enquanto outras 119 pessoas resgatadas pelo navio humanitário "Sea Watch5" desembarcaram ao longo do dia no porto de Marina di Carrara, centro de Itália.

Carlos Moedas, ex- Comissário Europeu e ex-Vice Presidente do Instituto Jacques Delors, também foi uma das vozes que se fez ouvir a lamentar a morte do francês.

Também o antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, deixou em nota enviada à agência Lusa: “Com a morte de Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia com quem tive a honra e o prazer de colaborar em tantas ocasiões, a Europa perdeu um dos seus mais extraordinários líderes. Alguém que combinava os 'pequenos passos' da integração europeia com o ideal de uma Europa unida”.

Numa altura em que os membros da União Europeia põem à prova o seu humanismo no apoio à Ucrânia, testam a sua resiliência com o crescimento de partidos extremistas e depois de um Brexit, Santos Silva lembra o projecto da Europa da coesão.

E Cavaco Silva prestou homenagem a "um verdadeiro amigo de Portugal, crucial para a integração de Portugal na grande família europeia", escreve Aníbal Cavaco Silva numa nota enviada à agência Lusa a propósito da morte do ex-presidente da Comissão Europeia.

O ex-chefe de Estado e antigo primeiro-ministro classifica Delors como "um gigante do processo de construção europeia e um grande amigo de Portugal", sublinhando o seu contributo "absolutamente decisivo para a criação do grande mercado interno europeu, da liberdade de circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais e da União Económica e Monetária, que instituiu o Banco Central Europeu e a moeda única, o Euro".

"Se a União Europeia é hoje um caso de sucesso em muitos domínios, isso deve-se à visão, à determinação e à perspicácia de Jacques Delors, que soube ultrapassar momentos delicados para dar passos determinantes", salienta.

Cavaco lembra que durante nove anos do seu mandato como primeiro-ministro manteve "frequentes contactos e negociações intensas com Jacques Delors, pessoa por quem tinha um forte respeito e admiração". "Quando em 1997 publiquei o meu livro 'Portugal e a Moeda Única' foi a Jacques Delors que pedi que escrevesse o respetivo prefácio", recorda.

A morte de Jacques Delors é um pretexto para que se volte a lembrar os líderes europeus e os cidadãos europeus dos motivos e dos valores que são as fundações da construção europeia.

*Com Lusa

 
 
 
 

 
 

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