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Newsletter diária • 27 fev 2024

 
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Mais um opositor de Putin condenado

 
 

Edição por Beatriz Cavaca

Ainda a família de Navalny não conseguiu enterrar o corpo, depois de serem denunciadas dificuldades em encontrar agências funerárias que o façam, já Moscovo condenou outro opositor ao regime de Putin.

Desta vez a vítima do regime é Oleg Orlov, ativista dos direitos humanos na Rússia, condenado esta terça-feira a dois anos e meio de prisão por criticar a invasão da Ucrânia.

“O tribunal decidiu considerar Orlov culpado e impôs uma pena de dois anos e seis meses numa (…) colónia penal”, disse o juiz no seu veredicto, segundo um jornalista da agência de notícias AFP presente na audiência.

“Acusam-nos de desacreditar [o exército], sem explicar do que se trata nem de como isso difere da crítica legítima. Acusam-nos de espalhar intencionalmente informações falsas sem nos preocuparmos em provar a sua falsidade”, disse Orlov na sua última declaração antes do veredicto.

Orlov lembrou que está a ser julgado por um artigo em que qualificou o atual regime político de “totalitário e fascista”, algo que, face ao que aconteceu nos últimos meses, incluindo a morte na prisão do opositor Alexei Navalny, disse não ter sido “nem um pouco exagerado”.

Durante o julgamento, Orlov recusou-se a reconhecer a sua culpa e renunciou à presença de testemunhas em sua defesa, argumentando que isso poderia representar um risco para elas, uma vez que foi classificado como ‘agente estrangeiro’, estatuto que implica pesadas restrições administrativas.

Orlov já tinha sido multado no passado em 150 mil rublos (1.500 euros) pelo mesmo caso, mas o Ministério Público recorreu da decisão, acusando-o de “nutrir ódio ideológico e político” contra a Rússia, pelo que o Tribunal Urbano de Moscovo ordenou a repetição do julgamento.

O procurador assumiu, no entanto, como fatores atenuantes, entre outros aspetos, a idade do arguido – 70 anos – e a sua brilhante carreira como ativista nos últimos 30 anos.

Os tribunais abriram o processo criminal contra Orlov em março pelo artigo intitulado “Eles queriam o fascismo, já o têm”, publicado na imprensa francesa e, em novembro de 2022, na rede social Facebook.

“A guerra sangrenta declarada pelo regime de Putin na Ucrânia não significa apenas o assassínio em massa de pessoas, mas também a destruição das infraestruturas, da economia e dos bens culturais daquele país extraordinário”, dizia o artigo.

Orlov é membro da organização não-governamental Memorial, vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2022, e encerrada entretanto, pela justiça russa. Orlov denunciou ainda no seu último discurso, realizado segunda-feira, “o estrangulamento da liberdade” na Rússia e “a entrada de tropas russas na Ucrânia”.

“Não me arrependo de nada”, afirmou.

*com Lusa

 
 
Vanessa Damásio
 
 

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