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Newsletter diária • 07 mar 2024

 
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Imigração um dos temas mais presentes na campanha, mas dos menos discutidos

 
 

Edição por Ana Maria Pimentel

No início de fevereiro, na rubrica Hoje o dia foi assim, do SAPO24, fazia a questão: migrantes tomaram conta das campanhas, mas quem toma conta deles? Um mês depois, e quase no fim da campanha eleitoral, a pergunta pode ser feita outra vez, agora sabendo que os imigrantes só foram trazidos às campanhas para criar soundbytes.

As propostas de políticas públicas para a imigração foram deixadas de fora da campanha, infelizmente os factos em relação a este tema chegaram a ser ignorados e até partilhadas "sensações" que não correspondem à realidade que se vive no país, como explicou a jornalista Beatriz Cavaca neste artigo sobre a falsa relação entre imigração e insegurança.

Este tema da imigração torna-se cada vez mais importante, quanto maior é a necessidade de fluxos migratórios para suprir as necessidades das balanças demográficas dos países mais desenvolvidos. Ainda hoje o Eurostat divulgou que a taxa de natalidade na União Europeia (UE) recuou, em 2022, para os 1,46 nascimentos por mulher, com Portugal a recuperar para 1,43 face à quebra do ano anterior (1,35).

Acontece que, em Portugal, quase um em cada quatro (24,0%) nascimentos foi, em 2022, de bebés de mães estrangeiras, a segunda maior subida entre os Estados-membros, de 8 pontos percentuais face ao ano anterior, com o principal aumento, de 22 pontos para os 33%, a ser observado em Malta.

Notícia que chega, um dia depois de a China ter anunciado estar discutir como evitar a crise demográfica oito anos após a política do filho único. Em cima da mesa está a disponibilização de serviços de reprodução assistida ou aumentar a idade da reforma são algumas das propostas abordadas pelo órgão legislativo da China, para evitar uma crise demográfica, oito anos depois do fim da política de filho único.

Enquanto se usam os migrantes para ganhar votos (ou perder), pelo menos 8.565 pessoas morreram em 2023 a percorrer as rotas migratórias mundiais, tornando o ano passado no mais mortal ano já registado, avançou o Projeto Migrantes Desaparecidos da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Como dizia no início de fevereiro, o medo normalmente é um angariador de votos muito poderoso. O medo é um combustível tão poderoso, tanto que faz que migrantes entrem em barcos para chegar à Europa. Estes migrantes, pelo menos os que sobrevivem às travessias, ficam em terra de ninguém, com medo dos sítios de onde fugiram. E com pessoas com medo deles nos sítios para onde querem ir.

Mas de forma a que a questão migratória não fique de fora da campanha, ou dos momentos de reflexão dos eleitores, e os medos infundados sejam vencidos pela informação, a associação juvenil Humanity On the Move (HOM) e o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) Portugal lançaram a campanha “Boletim+” com o objetivo de sensibilizar os eleitores para o voto consciente em questões migratórias. As duas organizações reúnem assim tudo o que os partidos pensam acerca de imigrações e disponibilizam o documento aos eleitores.

 
 
 
 
 

 
 

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