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Newsletter diária • 22 abr 2024

 
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Grupo Climáximo julgado no Dia Mundial da Terra. Ironia ou coincidência?

 
 

Edição por Beatriz Cavaca

Hoje é Dia Mundial da Terra, um dia que alerta para uma consciência comum dos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra. O movimento foi criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, no dia 22 de abril de 1970 e, desde 2009, é considerado pela ONU como o Dia Mundial da Terra.

Nestes dias é sempre altura de lembrar alguns marcos. Assim, a ONU e o programa da União Europeia (UE) Copernicus estimam que a Europa sofreu em 2023 prejuízos de mais de 13.400 milhões de euros devido aos fenómenos meteorológicos extremos, como ondas de calor e inundações.

“Estima-se que as perdas económicas relacionadas com a meteorologia superaram os 13.400 milhões de euros em 2023”, adianta o relatório Estado do Clima na Europa 2023, hoje divulgado, que adianta também que, de acordo com estimativas preliminares da Base de Dados Internacional sobre Catástrofes (EM-DAT), no ano passado morreram 63 pessoas em tempestades, 44 em inundações e outras 44 em incêndios florestais.

“A crise climática é o maior desafio da nossa geração. O custo da ação climática pode parecer elevado, mas é muito maior o da inação”, lamentou a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Celeste Saulo.

Por cá, o facto mais relevante talvez seja o julgamento dos defensores do clima mais ativos dos últimos tempos: os ativistas do Climáximo.

Com o julgamento a começar no Campus da Justiça, em Lisboa, assumiram não esperar muito e garantiram que vão continuar as ações de protesto e denúncia da crise climática.

São ao todo 11 ativistas que respondem em tribunal pelo bloqueio da Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, em dezembro de 2023, e têm audiências marcadas até quarta-feira. Os ambientalistas têm idades entre os 20 e os 58 anos e, em caso de condenação, arriscam penas superiores a um ano de prisão.

“Para o julgamento em si não tenho muitas expectativas. A partir do momento em que governos e empresas, com conhecimento da crise climática, continuam ativamente, premeditadamente e conscientemente a expandir a indústria fóssil e a investir na nossa morte…”, afirmou Maria Mesquita, uma dos 11 ativistas que vão responder em tribunal pelos crimes de desobediência civil e interrupção das comunicações.

Em declarações aos jornalistas, a ativista preferiu destacar as “Assembleias de Abril” que o grupo ambientalista vai organizar nas imediações do tribunal, para refletir sobre “os próximos passos” e para tentar captar o apoio das pessoas, acrescentando que se os apoiantes do Climáximo forem condenados, isso será apenas a “reiteração da guerra declarada dos governos e das empresas à sociedade”.

“Vamos continuar a resistir da forma que nos for possível e da forma que for necessária. Não existe nada mais que nós possamos estar a fazer neste momento. A partir do momento em que estas pessoas escolhem conscientemente colocar toda a nossa vida em risco, não existe mais nada que nós possamos fazer. Nós vamos continuar”, disse.

Maria Mesquita fez ainda um paralelismo entre a resistência dos ativistas climáticos com a resistência contra a ditadura do Estado Novo.

“Sabemos que estamos a fazer aquilo que é correto. Estamos a três dias de celebrar os 50 anos do 25 de Abril… da mesma forma que as pessoas que lutavam então pela liberdade resistiram e construíram um movimento de resistência popular, é isso que nós estamos a fazer e vamos continuar a fazer”, referiu, acrescentando: “Não iríamos pedir ao próprio Salazar que acabasse com a ditadura e a guerra colonial, tiveram de ser as pessoas a tomar essa responsabilidade”.

Defendeu ainda o objetivo de “abrir um debate na sociedade” para reconhecer e combater de forma efetiva a crise climática, considerando que os governos não mostraram vontade em debater soluções para esta situação.

“Já tentámos dialogar com as instituições e a resposta delas continua a ser investir em combustíveis fósseis. São planos para um gasoduto em Portugal, para um novo aeroporto… essas pessoas continuam a condenar-nos à morte, portanto, não queremos dialogar mais com estas pessoas, queremos dialogar com a sociedade”, concluiu.

*Com Lusa

 
 
Beatriz Cavaca
 
 

Esta é a crónica daquele que é provavelmente um dos melhores musicais da temporada. Com músicas recheadas de piadas e papéis que trocam entre género, este é um espetáculo a que ninguém pode ir ao engano, e é sobre como Adolf Hitler foi enganado. Continuar a ler