É o planeta, estúpido
Edição por Ana Maria Pimentel
Depois de décadas a tentar convencer o mundo de que as alterações climáticas existem e são um perigo real, finalmente, mas não sem alguma dificuldade, e com as consequências de anos de maus tratos ao planeta, os Governos começam a dar alguma atenção a este tema. Mas, como se sabe, não a suficiente. Um estudo revelou agora, por exemplo, que as emissões de gases com efeito de estufa norte-americanas diminuíram 1,9% em 2023, apontando que a velocidade da redução deve mais do que triplicar segundo compromissos internacionais.
Urge aumentar a velocidade, principalmente depois de se saber que o ano 2023 foi o mais quente desde que há registos, com a temperatura no mundo a aproximar-se do limite do aquecimento de 1,5ºC face à era pré-industrial, divulgou o programa europeu Copernicus.
Já em Portugal, as notícias do fim do ano não foram tão animadoras. As emissões de gases com efeito de estufa (GEE) aumentaram 1,2% em Portugal em 2022 face a 2021, de acordo com estimativas preliminares, indicam as Estatísticas do Ambiente divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). E acresce que a realidade portuguesa não está em linha com os dados europeus, tendo as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) geradas pelas atividades económicas recuado, na União Europeia 22% em 2022, face a 2008, divulga o Eurostat.
Se o fim do ano acabou numa nota de esperança, com aquilo a que o cronista do SAPO24, Francisco Sena Santos, chamou de um "surpreendente acordo" na COP28 e para o qual pediu uma "ovação de pé por ter derrubado o muro há décadas intransponível, o que barrava o caminho para o fim progressivo das energias fósseis". No início de 2024, toneladas de minúsculas bolas de plástico perdidas em águas portuguesas deram à costa na Galiza. As autoridades da Galiza ativaram um alerta ambiental devido a essas minúsculas bolas de plástico que estão a dar à costa na região após um barco ter perdido em dezembro em águas portuguesas uma carga de 15 toneladas deste material.
Se já se sabia dos impactos ambientais e sociais das alterações climáticas. Pode ser que ao saber-se o impacto económico as ações sejam mais céleres. Ora, as 20 piores catástrofes climáticas de 2023 custaram em média 400 dólares (pouco mais de 360 euros) por habitante do país onde ocorreram, segundo um relatório publicado pela associação britânica "Christian Aid". E, se esses dados também não resultarem, lembremo-nos das consequências para a saúde. Os nanoplásticos, um dos principais poluentes do ambiente, especialmente da água, podem afetar células intestinais e cerebrais e desencadear respostas inflamatórias no corpo humano, segundo um estudo ontem divulgado pelo MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.
O ministro das Finanças, Fernando Medida, fala em intrigas das oposição para minar a confiança em Pedro Nuno Santos. E diz que os portugueses têm de ter consciência de que o próximo quadro político não é sólido. Sobre o seu futuro deixa só uma garantia: continuará ao lado de António Costa, vá ele para onde for.
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Em entrevista, Rita Sá Machado reconheceu que o pico da mortalidade causada por problemas respiratórios nos pacientes acima dos 45 anos ainda não passou e apelou às pessoas para que se vacinem.
Fazer comparações é uma característica do ser humano, a mesma que permite teimar em não reconhecer o que temos de bom. Continuar a ler
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