E a segunda figura da nação é...
Edição por Ana Maria Pimentel
Por esta hora esperávamos que nos orgãos de soberania apenas faltasse decidir quem seriam os ministros e secretários de Estado desta legislatura, mas os deputados trocaram-nos as voltas e estamos desde ontem - dia que se esperava calmo e sem sobressaltos de maior - a aguardar que os deputados por nós eleitos elejam aquela que será a segunda figura mais importante da nação. Porque, importa lembrar, se esta eleição se esperava simples não é "só" uma eleição e o cargo de Presidente da Assembleia da República não é de somenos importância, que o diga Santos Silva. E o Presidente do Parlamento pode ser um dos principais responsáveis pela manutenção da legislatura ao longo de quatro anos.
No momento em que escrevo esta newsletter sabe-se que Pedro Nuno Santos e Montenegro terão estado reunidos a tentar desbloquear esta eleição.
O encontro, que foi noticiado esta madrugada, pelo jornal Público, terá começado pelas 09h30 através de plataformas digitais e destina-se a tentar resolver o impasse depois das três tentativas falhadas de eleger o presidente da Assembleia da República na terça-feira.
Luís Montenegro encontra-se no gabinete do grupo parlamentar do PSD e Pedro Nuno Santos também na Assembleia da República, noutro local, e irá seguir da reunião com Montenegro para outra com a bancada socialista. O candidato a presidente da Assembleia da República do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, e o secretário-geral, Hugo Soares, candidato a líder parlamentar, entraram na sala do grupo parlamentar já depois das 10h00, constatou a Lusa no local.
Ontem o primeiro dia de parlamento acabou já depois das 23h, menos para um deputado do Chega que saiu mais cedo e não chegou a votar. A hora tardia fez com que o deputado do PCP, António Filipe, que preside temporariamente ao parlamento, na primeira sessão plenária da XVI legislatura, anunciasse que os trabalhos seriam retomados hoje às 12h00 e que até às 11h00 - entretanto alargado até às 11h30 - poderiam ser apresentadas candidaturas.
Já André Ventura, acusado de ser o maior responsável pelo bruaá causado, anunciou que vai pedir uma reunião ao líder do PSD, Luís Montenegro, sobre o impasse na eleição para a presidência da Assembleia da República e espera "um entendimento" para aprovar um candidato indicado pela direita. "Vou pedir novamente ao doutor Luís Montenegro uma reunião à hora que ele quiser, onde quiser, na sede do PSD, na sede do Chega, para que até ao meio-dia de amanhã haja um entendimento à direita e não à esquerda para vencermos a candidatura de Francisco Assis", disse.
Entretanto, o Chega fez saber que vai propôr outro nome: depois de Manuela Tender, o partido avança com Rui Paulo Sousa. À hora a que escrevo não se sabe ainda quais os candidatos do PSD e PS, uma vez que o prazo de apresentação de candidaturas foi alargado para as 11h30.
Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, sem meias medidas, considerou que o parlamento está "refém de um irresponsável", "de uma criança de 40 anos", e de "uma birra" na eleição do presidente da Assembleia da República, referindo-se ao líder do Chega, André Ventura.
Mas por mais confusa e caótica que tenha sido a tarde e a noite de ontem, com candidaturas a serem retiradas e reapresentadas num curto espaço de tempo. E candidatos que tinham garantido não se candidatar, a aparecer. Esta não é a primeira que acontece. Em quase 50 anos de democracia, quatro presidentes da Assembleia da República só foram eleitos à segunda e, num dos casos, só à quarta, como aconteceu com Leonardo Ribeiro de Almeida, em 1982.
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