Se não conseguir ver esta newsletter clique aqui.

 
Image

Newsletter diária • 26 abr 2023

 
Facebook
 
Twitter
 
Instagram
 
 
 
 
 

As celebrações do 25 de abril

 
 

Edição por Raquel Ameida

A sessão solene do 25 de abril começou mais tarde do que o habitual por causa da cerimónia de boas-vindas a Luiz Inácio da Silva, que marcou o fim da sua visita de Estado a Portugal iniciada no sábado.

A sua participação numa sessão na Assembleia da República no dia da Revolução dos Cravos já havia gerado muita polémica e recebido muitas críticas. Lula da Silva foi recebido com honras militares e o hino do Brasil na escadaria da Assembleia da República, mas também por manifestações: uma pró-Lula, e outra contra a sua presença no parlamento.

Já no Parlamento, o discurso do presidente brasileiro gerou protestos, com os deputados do Chega a levantar-se e empunhar cartazes de revolta. O presidente da Assembleia da República respondeu pedindo ordem e cortesia exigida "a qualquer representante do povo português". Já António Costa considerou que o protesto consistiu numa necessidade "de fazer barulho para suplantar em ruído a falta de representação popular".

No seu discurso, Lula da Silva responsabilizou Jair Bolsonaro - a quem chamou de negacionista - pelas vítimas da Covid-19 no Brasil, e condenou a invasão da Rússia à Ucrânia. O discurso terminou com mais protestos do Chega, aplausos da maioria dos deputados presentes e um pedido de desculpa de Augusto Santos Silva pelo que aconteceu com o Chega. Já Marcelo Rebelo de Sousa, fez um balanço "muito bom" da visita de Lula da Silva a Portugal.

A cerimónia de celebração do 25 de abril prosseguiu, depois da sessão com Lula da Silva, com intervenções de vários partidos, bem como do presidente da Assembleia da República e de Marcelo Rebelo de Sousa. O Quartel do Carmo, ponto fulcral da revolução do 25 de abril, foi aberto ao público, tal como a Residência Oficial do Primeiro-Ministro.

Dos professores às cantadeiras alentejanas, que relembraram a importância da cultura tradicional e do papel dos alentejanos na revolução, muitos celebraram nas marchas do 25 de abril. Também relembrados foram os direitos conseguidos pelas mulheres e pela Comunidade LGBTQI. Dos mais velhos aos mais novos, da poesia à habitação e à emergência climática, milhares fizeram-se ouvir.

De não esquecer que Chico Buarque de Hollanda recebeu, finalmente, o prémio Camões, quatro anos depois de ter sido anunciado. Esta demora deveu-se sobretudo a razões políticas, uma vez que, na altura do anúncio do prémio, Jair Bolsonaro recusou assinar o diploma que permitia a sua entrega formal, por Chico Buarque ser uma das vozes críticas às suas políticas governativas, sobretudo na área da cultura.

*Pesquisa e texto pela jornalista estagiária Raquel Almeida. Edição pela jornalista Ana Maria Pimentel