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Newsletter diária • 12 fev 2024

 
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A transparência em Portugal tem um certo tom opaco

 
 

Edição por Ana Maria Pimentel

Hoje, o Presidente da República promulgou o decreto do parlamento que reforça o combate às chamadas "portas giratórias" entre cargos políticos e empresas privadas. Contudo, apontou "potenciais dúvidas" quanto à sua aplicação. Marcelo Rebelo de Sousa refere-se à "aplicação de impedimentos a entidades, designadamente privadas, que contratem antigos titulares de cargos políticos em violação deste regime, mas atendendo, em especial, à importância de reforçar a transparência e os impedimentos inerentes ao exercício de cargos políticos e altos cargos públicos”.

Em causa está um aumento de três para cinco anos o período de inibição para quem não cumpra o regime de impedimento e penaliza as respetivas empresas, foi aprovado em votação final global em 11 de de janeiro, com votos a favor de PS, Chega, BE, PAN e Livre, abstenções de PSD e PCP e votos contra da Iniciativa Liberal.

As portas giratórias, a falta de transparência, os favores, os interesses, a burocracia, etc, etc, São tudo termos que os portugueses se habituaram a ouvir, que os eleitores ouvem associados a promessas em períodos eleitorais e que tomam de assalto o dia a dia mediático a cada caso e casinho. Mas as evoluções práticas são poucas. A organização Transparência Internacional (TI) alertou que Portugal é dos países da Europa com mais falhas ao nível da integridade na política. Estando na 34.ª posição entre 180 países combate à corrupção, que continua sem avançar em Portugal.

Ainda hoje, a mesma associação garantiu estar a apressar-se para ter disponível a fortuna dos políticos online a tempo das eleições. A consulta dos bens e rendimentos de titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, no entanto, apenas poderá ser feita a pedido.

Como disse Rui Rocha ao SAPO24, "a burocracia é o negócio dos corruptos". E Portugal está entre os países da OCDE em que os cidadãos perdem mais tempo com as obrigações fiscais. Também numa entrevista de Isabel Tavares a Mira Amaral, durante a  1.ª Conferência pelos Direitos dos Contribuintes, o antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social alertou que "há uma assimetria chocante entre o Estado e o cidadão que não existe noutros países. Na parte fiscal, Portugal não é um Estado de direito".

Ao contrário de países como a Alemanha, em Portugal o Estado não paga juros de mora ao contribuinte. E carrega-o com "taxas e taxinhas", impostos indirectos e directos que, mesmo quando são provisórios, tornam-se definitivos. É o caso do Imposto do Selo, criado em 1660 para financiar a guerra. Da esquerda à direita todos estão de acordo: o sistema fiscal é caótico.

E, se por um lado, a discussão destes temas tem gerado um cansaço na sociedade. Por outro, esta é a melhor altura para os discutir. E para os ter em mente nos momentos em que se está a refletir em que quadrado se vai pôr a cruz no dia 10 de março.
*Com Lusa
 
 
 
 

 
 

Vai fazer 80 anos que o nosso continente vivia num sonho, primeiro de regeneração e depois de união, que prometia prosperidade e felicidade para sempre. De repente, o despertador tocou. Continuar a ler

 
 
 
 
 
 

 
 

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