Pelas 11:00 (hora local, menos uma em Lisboa), o executivo comunitário vai então divulgar as suas mais recentes projeções macroeconómicas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro e UE, avançando também com estimativas relativas ao défice, inflação e desemprego.

Os novos dados surgem numa altura em que a Ucrânia continua a enfrentar uma guerra pela invasão russa e em que o Médio Oriente assiste à instabilidade causada pelo conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas na Faixa da Gaza, tensões geopolíticas que afetam o desempenho económico europeu e que podem pressionar preços (das matérias-primas ou energia) e os mercados (financeiros e comerciais).

Precisamente devido a tais incertezas geopolíticas relacionadas com “duas guerras”, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, sublinhou na segunda-feira que as recentes estimativas rápidas sobre o do PIB no euro no primeiro trimestre “ficaram ligeiramente acima das expectativas”, mas ainda assim num contexto de “crescimento muito moderado”.

Salientando o “contexto em que a inflação está a descer”, Paolo Gentiloni mostrou-se confiante num “possível aumento do consumo privado” e numa “forte situação do mercado de trabalho”.

Porém, “é claro que, sempre que mencionamos as perspetivas económicas, devemos sempre recordar a incerteza e o risco que a situação geopolítica representa […] e o facto de termos duas guerras que decorrem perto das nossas fronteiras está, naturalmente, a influenciar”, adiantou.

Este otimismo contido deverá ficar expresso nas previsões económicas de hoje.

Também em declarações prestadas na segunda-feira, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, falou numa “economia que continua estável” e num “crescimento [do PIB] que evitou uma recessão”.

“Isto é positivo no contexto da inflação galopante que temos suportado e da proximidade à guerra [da Ucrânia], mas também sei que o objetivo de todos, neste momento, é continuar a baixar a inflação e iniciar uma discussão sobre a forma de aumentar o crescimento”, destacou Paschal Donohoe.

De acordo com dados do gabinete estatístico comunitário, o Eurostat, o PIB da zona euro avançou 0,4% e o da União Europeia cresceu 0,5% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Já na variação em cadeia, o PIB aumentou 0,3% tanto na zona euro como na UE.

No que toca à inflação, a estimativa rápida do Eurostat indica que a inflação anual da zona euro se fixou em 2,4% em abril, estável em comparação com o mês anterior.

Nas anteriores previsões económicas da Comissão Europeia, as intercalares de inverno publicadas em fevereiro passado, a instituição reviu em baixa, pela terceira vez consecutiva, as perspetivas de crescimento da economia da zona euro, para 0,8% este ano na zona euro e 0,9% na UE, falando num “crescimento modesto” que recupera em 2025.

Na altura, o executivo comunitário disse prever que o PIB português cresça 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025, numa revisão em baixa de uma décima para este ano, mas acima da média da zona euro e da UE.

No que toca à inflação, na altura, a Comissão Europeia antecipou um abrandamento da taxa na zona euro de 2,7%, mais rápido do que esperado para este ano devido à queda acentuada dos preços da energia e a pressões moderadas, e manteve a estimativa de 2,2% em 2025.