Empatado com o finlandês Markku Alén, ambos com cinco cetros, o francês tem nova hipótese de estabelecer-se como recordista absoluto na 57.ª edição da competição, que decorre, este ano, entre quinta-feira e domingo, mas a façanha é algo que o próprio diz não estar no seu horizonte, colocando a competitividade como grande objetivo.

Depois de se estrear a vencer em 2010 e repetir o feito em 2011, 2013, 2014 e 2017, Ogier não voltou a vencer em solo luso, tendo participado pela última vez em 2022, numa prestação marcada por dois furos e um despiste.

“Para ser honesto, de momento, eu só espero fazer melhor do que na última vez. Porque há dois anos foi um desastre para mim. Houve furos e muitos problemas. Portanto, o plano é sermos competitivos e lutar para ganhar”, assumiu, em declarações aos jornalistas, à margem da antestreia do filme “Corrida para a Glória”, na Exponor, em Matosinhos, na véspera do início da competição.

Ainda que a última edição não tenha sido de boa memória, o piloto da Toyota Yaris não deixou de se mostrar satisfeito e otimista no regresso à quinta etapa do Campeonato do Mundo de Ralis.

“Estou feliz por voltar. Se considero que tenho uma boa posição de partida no primeiro dia [quinto posto]? Acho que estará tudo bem, pelo menos com o tempo. Deve estar sol, o que facilita um pouco no asfalto”, vaticinou.

Membro da organização solidária Race For Good, fundada por André Villas-Boas, de quem é amigo pessoal, o piloto abordou ainda a tomada de posse do recém-eleito presidente do FC Porto.

“É uma tarefa difícil, mas acho que era o sonho dele fazer isto. Estou muito feliz que ele tenha chegado ao cargo. Vem com muita responsabilidade e pressão, mas que desfrute. É algo especial de alcançar na vida e espero também desfrutar um pouco do futebol com ele”, disse sobre André Villas-Boas, revelando que o parabenizou pela eleição através de mensagem e acrescentando: “Não sei se ele virá amanhã [quinta-feira] ao rali, mas espero que sim”.

Por sua vez, Kalle Rovanperä, que tal como Ogier está a competir esta época em ‘part-time’, afigura-se como um dos principais candidatos à vitória, depois de ter vencido as últimas duas edições, que o deixam a uma vitória de igualar o italiano Miki Biasion, único piloto a conseguir vencer três vezes consecutivas.

Em breves declarações, o finlandês, duas vezes vencedor do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) aos 23 anos, manifestou agrado pelo regresso e por partir em sétimo na etapa inaugural.

“Há muitos fãs aqui e um ótimo ambiente, esperemos ter aqui uma boa luta pela vitória. Tivemos aqui bastante sucesso nos últimos dois anos. O nosso objetivo será tentar ganhar, mas não é fácil. A nossa posição na estrada pode ajudar-nos, mas também terá a ver com o tempo”, expressou.

Na categoria principal do WRC, Thierry Neuville também surge como um nome de peso, numa altura em que o belga da Hyundai é líder do campeonato mundial e já tem palmarés em Portugal, tendo aqui vencido em 2018.

”O sucesso em Portugal depende dos fatores de sempre. Temos de ter consistência, um bom ‘set-up’ e confiar no carro. As condições do piso e a posição na estrada também farão uma grande diferença. Os objetivos passam por otimizar o desempenho na sexta-feira e no sábado, para depois obter o máximo de pontos no domingo”, analisou.

O Rali de Portugal arranca esta quinta-feira, com a cerimónia de partida em Coimbra, que antecederá a superespecial da Figueira da Foz, a única classificativa agendada para o primeiro dia.

Na sexta-feira as equipas enfrentam oito especiais, com dupla passagem por Lousã, Arganil, Góis e Mortágua, num total de 129,84 quilómetros cronometrados.