"Estamos a transportar os corpos dos mártires para Tabriz", a principal cidade do noroeste do país, disse o chefe do Crescente Vermelho, Pirhossein Koulivand, à televisão estatal, anunciando o fim das operações de busca.

Poucas horas antes, o Governo iraniano confirmava a morte do Presidente Ebrahim Raissi, acrescentando que o desastre não vai causar “qualquer perturbação na administração” do Irão.

"O Presidente do povo iraniano, trabalhador e incansável, (...) sacrificou a sua vida pela nação", disse o executivo de Teerão, num comunicado após a primeira reunião desde o acidente.

O helicóptero que transportava Raisi e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, despenhou-se na zona de Kalibar.

O acidente ocorreu domingo, quando a comitiva regressava da zona de fronteira com o Azerbaijão, onde Raisi inaugurou uma barragem em que participou o homólogo azeri, Ilham Aliyev.

A morte de Raisi e restante comitiva já tinha sido adiantada pelos media estatais do Irão, citando elementos do Crescente Vermelho iraniano. “O helicóptero do Presidente foi localizado. Os serviços de emergência estão a aproximar-se do local do acidente (…) A situação não é boa”, declarou o chefe do Crescente Vermelho iraniano, Pirhossein Koolivand.

Também a televisão estatal iraniana admitiu não haver “qualquer sinal” de vida nos destroços do helicóptero, numa altura em que as equipas de salvamento estavam a cerca de dois quilómetros do local do acidente.

No terreno estiveram pelo menos 65 equipas de salvamento em operações de busca que estão a ser dificultadas devido ao denso nevoeiro e às fortes chuvas.

A Arábia Saudita, o Iraque e o Azerbaijão ofereceram ajuda a Teerão, enquanto o Presidente norte-americano, Joe Biden, foi informado sobre o incidente, segundo a Casa Branca, que não adiantou mais detalhes.

A Turquia enviou 32 equipas de salvamento e seis veículos e a União Europeia ativou o serviço cartográfico de resposta rápida Copernicus a pedido do Irão.

Também a Rússia enviou uma equipa de socorro com 47 especialistas, veículos todo-o-terreno e um helicóptero.

Ebrahim Raisi, de 63 anos, um clérigo religioso de linha dura, foi eleito Presidente do Irão em 2021, numa eleição presidencial com a participação mais baixa da história da República Islâmica.

A sua liderança tem protagonizado uma intensificação da repressão contra ativistas, mulheres e críticos do regime.

Raisi será substituído pelo atual primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, de 68 anos, que está no cargo desde 2021 e anteriormente liderou o poderoso conglomerado “Execução da Ordem do Imã Khomeini”. Por estas funções é alvo de sanções pelos Estados Unidos desde 2021.

Esta alteração deverá ter o “consentimento do Líder Supremo” do país, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, que já tinha apelado no domingo aos iranianos para “não se preocuparem” enquanto prosseguiam as buscas.

[Notícia atualizada às 8:13]